O rapper Jeza da Pedra marca mais uma fase de uma discografia plural com o EP de love songs “Arquitetura da Despedida (Sete Estações)”, previsto para setembro. O trabalho é uma fusão de trap, R&B e influências do pagode dos anos 90 e 2000, e é antecipado pelo single “Oásis de Ilusão”. A faixa, que chega a todas as plataformas de streaming via LAB 344, conta com a assinatura de Celo1st nos beats, a voz da cantora Clara Soly e mixagem e masterização de Xavier2bit.
Ouça “Oásis de Ilusão”: https://jezadapedra.lnk.to/
“Esse EP traz um lado meu mais vulnerável e romântico, no entanto, tão urgente e necessário quanto as minhas composições que têm uma mensagem de conscientização social e política mais explícitas. São os dois lados que compõem o mesmo artista. Como pessoa negra da comunidade LGBTQIA+, a minha vida sempre foi e continua sendo uma guerrilha por dia — ainda mais vivendo no Brasil dos dias de hoje. Gosto de pensar na leveza daquela frase que a gente encontra nas camisas com o rosto do Che Guevara ‘hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás’. Eu não preciso ficar de guarda levantada o tempo todo”, conta Jeza.
O EP trará participações especiais e beats de diversos artistas e vem para somar à trajetória multifacetada do artista. Cria do Complexo da Pedreira, em Costa Barros (zona norte do Rio), Jeza – que passou boa parte da infância e adolescência no bairro, entre igrejas neopentencostais, bailes funk e rodas de pagode – traz essas influências enraizadas no novo trabalho.
“Desde 2018, queria fazer um som mais romântico com uma atmosfera de charme e pagode 90/2000 — que também é meio que o nosso R&B nacional. É impossível negar a importância que artistas da geração do Sampa Crew e d’Os Travessos exerceram na minha formação musical. É uma sonoridade que ainda hoje me marca bastante e eu tava muito pilhado de produzir algo com essa energia, só que dentro de um recorte mais contemporâneo em diálogo com o rap. “Escrevi a letra em uma época que eu estava bastante triste, atravessando um período meio melancólico e não sabia lidar direito com aquilo que eu sentia. Então, de uma certa forma, compor ‘Oásis de Ilusão’ foi a expressão mais honesta e sincera que eu jamais tive de transformar uma ferida em canção”, completa Jeza.
Jeza começou sua discografia em 2017 com o EP “Pagofunk Iluminati”, acompanhado da banda Afrojazz no show de estreia. Em 2018, o músico fez a sua primeira turnê internacional na Alemanha, tocando em Berlim e sendo convidado como atração da Parada LGBTQI da cidade Colônia, segunda maior da Europa. Possui parcerias com produtores de peso como Rick Beatz, UBUNTO e Alexandre Kassin, com quem lançou o elogiado EP “Jeza Kassin” em 2019. Além do novo EP, o artista trabalha em um álbum de afro-sambas futuristas antecipado pelo single “Vento de Oyá”, com previsão de lançamento ainda para este ano
Ouça “Pagofunk Iluminati” (Deluxe): http://bit.ly/
Ouça “Jeza+Kassin”: https://lab344.lnk.to/
Ouça “Vento de Oyá”: https://links.altafonte.com/
“Oásis de Ilusão” está disponível em todas as plataformas de música digital.
Ouça “Oásis de Ilusão”: https://jezadapedra.lnk.to/
Foto: Luan Lopez
Ficha Técnica:
Vozes: Jeza da Pedra e Clara Solys
Beat: Celo1st
Gravação, mix e master: Xavier2bit
Selo: LAB 344
Letra:
pobre coração q sempre sofre calado
cansado de se apaixonar por narcisista otário
avistando amor em oásis de ilusão
a solidão às vezes deixa o peito calejado
mas não me importo mais presses malandro 2 papo
eu não quero mais projetar falsas paixões
mó vacilão, eu quis te dar um grande amor e rejeitou
tudo que havia de mais lindo no meu coração, me entreguei em vão
eu sempre tava 100% empenhado,
24 h minha mente em nossa relação
demonstrar afeto pra você era sinônimo de melação
já que é assim, é melhor ficar sozinho e encarar maduramente outra rejeição
já não importa mais que você saiba o tanto que eu te amei
que eu te amei, que te amei
não importa
irradiado estava do mais puro sentimento
viajava várias vezes em noivado e casamento, etc tal
a gente feliz no final (a gente feliz no final)
no entanto, a vida que é uma ficção de hollywood
tão fútil aplicativo, flerte, esquece e me descurte
a gente no final nem durou sete estações
pobre coração que sempre sofre calado
cansado de se apaixonar por narcisista otário
eu não quero mais!