Complexo multiuso está ressignificando a antiga indústria de moagem de trigo e lança agora residenciais inéditos no Bairro do Recife
A paisagem do Recife Antigo já começa a mudar com o andamento das obras do projeto Moinho Recife Business & Life, que está transformando um antigo moinho de trigo, localizado em frente ao Porto do Recife, num empreendimento que vai unir trabalho, moradia, serviços e entretenimento, e pretende ser uma ponte entre o passado e o futuro. A segunda etapa do projeto começa a virar realidade, este ano, com a parceria entre a Revitalis Incorporações, idealizadora da iniciativa, e a construtora Moura Dubeux, que será responsável por converter os antigos silos, construídos a partir de 1914, em dois edifícios residenciais.
“Nosso desafio era encontrar alguém com a mesma sinergia do projeto, com capacidade de trazer um conceito inovador seguindo o modelo de retrofitagem, para agregar valor e atender a uma demanda local por moradias”, afirma Renata Moura, membro do Comitê Executivo da Revitalis. Formada pelo Grupo Moura e membros das famílias Tavares de Melo, Petribú e Paes Mendonça, está investindo R$ 80 milhões na primeira parte do projeto, já em andamento. As obras tiveram início em agosto de 2020 e a previsão é de que a inauguração das áreas voltadas para os espaços corporativos, de lazer e o edifício garagem, aconteça no segundo semestre de 2022. Durante esse período, serão gerados entre 400 e 450 empregos diretos.
O projeto arquitetônico é de Bruno Ferraz e Roberto Montezuma e segue o conceito retrofit, baseado na modernização de áreas antigas com a preservação de características da construção original. Parte do maquinário, a beleza, memória e história do lugar seguirão preservados. Mais que isso, vão nortear todo o conceito da antiga indústria de moagem de trigo, seguindo a inovação do conceito de retrofit. Nele, a estrutura e arquitetura estão sendo preservadas e manterão a harmonia com a estética do bairro.
Residenciais – Será assim com os residenciais Silo 240 e Silo 215, que acabam de ser lançados pela Moura Dubeux, para atender a urgência e a demanda crescente por moradia dos profissionais que trabalham no Bairro do Recife, além daquelas pessoas que queiram viver a experiência única de morar no charmoso e histórico Recife Antigo. “Conversamos com vários atores econômicos e culturais e percebemos que é cada vez maior a vontade de as pessoas estarem perto de seus trabalhos, evitando longos deslocamentos, e estarem cercadas de opções de serviços, lazer, gastronomia. Além da beleza do lugar”, explica Victor Tavares de Melo, também membro do Comitê Executivo da Revitalis.
O Silo 215 e o Silo 240 terão 253 unidades, sendo 2 lojas e 251 unidades residenciais tipo studio, de 1 quarto e 2 quartos, com metragens que variam de 19,9 m² a 68 m². “O projeto remete a um conceito de transformação, será uma releitura do bairro central da Ilha do Recife e certamente um indutor de uma total mudança para o Recife Antigo”, afirma Diego Villar, CEO da Moura Dubeux. As obras dos residenciais serão iniciadas ainda em 2021 – período que deve gerar 120 empregos diretos e indiretos – e entrega prevista após três anos. Com o empreendimento, que têm a formação de um grupo no regime de condomínio fechado, Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 70 milhões e valor médio de R$ 7 mil por metro quadrado.
A escolha dos nomes do empreendimento reforça a identificação com o endereço onde serão construídos no Bairro do Recife. A ideia é manter a identidade do local. O Silo 240 terá 8 pavimentos e o Silo 215, um total de 11 andares. Os dois empreendimentos terão rooftops, com uma passarela entre eles, para oferecer aos moradores áreas de lazer e serviços, como piscina com borda infinita, bares de apoio, terraço coberto e descoberto, salão de festas, lavanderia, fitness center, entre outros espaços de uso comum. Além disso, o Silo 215 terá, no térreo, duas lojas comerciais. Um total de 124 vagas do edifício garagem do Moinho serão exclusivas para os moradores.
Em obras – A 1ª fase do empreendimento, já em obras, contempla três empresariais, com salas de 53m² até lâminas corporativas de 2.835 m², um mall com lojas, serviços, restaurantes, café, salas de reunião e auditório, estacionamento e um rooftop. Ao todo, o complexo multiuso abrigará 52 mil m² distribuídos em seis blocos e contando ainda com apartamentos. “Idealizamos o projeto alinhado com um novo momento do mercado imobiliário brasileiro, trazendo algo novo, parecido com o que vemos no exterior. Nossa cidade carece de espaços diferenciados, com apelo arquitetônico priorizando a convivência entre pessoas, aliados ao uso de tecnologia e pensado para ser um novo destino, não só para o Bairro do Recife, mas para a cidade”, destaca Victor Tavares de Melo.
Esta primeira etapa considera, ainda, espaços para encontros, como uma sala de convenções para até 180 pessoas e cinco salas de reuniões também moduláveis. A integração com a cidade também é premissa do projeto, que terá área de circulação livre, mall de serviços, restaurantes, cafés e espaços para convivência, como o pátio interno e a revitalização da Rua de São Jorge, que terá o pedestre e o passeio como prioridades. A Revitalis também iniciou as obras do edifício-garagem com capacidade para receber 595 veículos, com funcionamento 24h, e espaço para abastecimento de cargas.
Os espaços para empresas contarão com sistemas prediais de última geração e vários serviços opcionais distribuídos em três dos antigos blocos de produção, capazes de atender às mais diversas demandas de espaço. Neles, estará concentrado o maior volume de ações de sustentabilidade. Eles terão telhado verde, jardins verticais, central de renovação de ar de todo o complexo e sistema de captação de água pluviais e de condensação, que será utilizada para irrigação dos jardins e nas bacias sanitárias.
“Também é uma necessidade da região, que terá mais uma opção segura de estacionamento e dentro de um ecossistema que oferece funcionalidade e a oportunidade de vivenciar o bairro. É um projeto que olha para o futuro, sabendo que isso só é possível se valorizarmos nossa história. O objetivo do Moinho Recife Business & Life é maior do que entregar ao mercado um novo empreendimento multiuso. Queremos ampliar a movimentação de pessoa na ilha que é o Bairro do Recife. Ofertar espaços inovadores e fomentar novos negócios e experiências na região e na cidade”, resume Fabian Bezerra, gerente de Contratos da Revitalis.
Moinho e o Recife Antigo – O projeto, de vanguarda urbanística, de engenharia e de arquitetura, tem chamado atenção, inclusive, de comunidades internacionais. Insere Pernambuco em um movimento mundial de Retrofit – conceito arquitetônico que consiste na renovação e atualização das instalações e infraestrutura existentes para receber os novos usos – como visto em cidades como Nova Iorque, com o Meatpacking District; Lisboa, com a LX Factory; e Londres, com Southbank, por exemplo.
Por estar inserido no bairro onde funciona o maior ecossistema tecnológico do Brasil, o Porto Digital, o Moinho Recife Business & Life promete entregar também uma série de novas tecnologias. As palavras de ordem do projeto são dinamismo e flexibilidade de ocupação. O Moinho Recife Business & Life está na área de abrangência do Porto Digital que conta com incentivos fiscais, cerca de treze mil colaboradores, quase 400 empresas, regionais, nacionais e internacionais.
Na mesma área também estão a Prefeitura do Recife, Terminal Marítimo, C.E.S.A.R., Paço do Frevo, Museu Cais do Sertão, Polícia Federal, Refeita Federal, TRT e TRF, além da comunidade do Pilar, onde a empresa já atua com ações de integração social. “O projeto abre imensas possibilidades para as empresas que planejam seu crescimento no bairro. É motivo de muito entusiasmo para nós contribuirmos para enriquecer ainda mais esse espaço histórico”, acrescenta Renata Moura.
O conjunto arquitetônico do Moinho Recife tem mais de 100 anos de história. Começou a ser construído em 1914 e foi inaugurada em 1919. Com a transferência da moagem de trigo para o Porto de Suape em 2009, as instalações originais localizadas no Porto do Recife foram paulatinamente sendo desativadas, culminando em leilão privado em 2016, no qual a Revitalis foi a vencedora da concorrência.