O aparecimento de varizes durante a gestação é um problema que incomoda e precisa ser levado a sério. Elas são resultados das dilatações das veias superficiais dos membros inferiores, que ocorrem por um mecanismo de aumento da pressão em seu interior. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, 45% das mulheres brasileiras sofrem com o desenvolvimento da doença. Entre as gestantes, uma a cada três grávidas têm o surgimento e agravamento das varizes.
Segundo a cirurgiã vascular Irlanda Cavalcanti, as varizes são mais propensas a aparecer em mulheres grávidas devido a grande produção de sangue, alteração gravitacional, alterações hormonais, entre outros fatores. “O corpo da gestante produz mais sangue para sustentar dois organismos, o dela e do bebê. Esse peso extra pressiona os vasos sanguíneos, principalmente os das pernas, que precisam trabalhar contra a gravidade para levar todo o sangue extra de volta para o coração. Além disso, acontece o crescimento do útero, que comprime os vasos pélvicos, como também o aumento nos níveis do hormônio progesterona”, explica.
As varizes podem causar dores, inchaço e sensação de queimação nas pernas; veias varicosas, mudança na coloração da pele, cãibras e coceiras. Além do risco de trombose. “É importante ter muito cuidado com as varizes neste momento tão importante na vida de uma mulher. As varizes podem surgir, inclusive, em pacientes que nunca sofreram com este problema antes”.
De acordo com a cirurgiã, existem medidas que podem impedir o agravamento do quadro, como manter uma dieta equilibrada, tentar controlar o ganho de peso e praticar atividades físicas mais leves. “As meias de compressão são importantes para controlar o problema e indicadas logo no início da gestação. Em casos mais graves, medicamentos tópicos e orais prescritos pelo médico podem ser usados”.