Será que existe, ou existiu, vida em Marte? A pergunta segue sem resposta, mas há décadas ocupa um lugar especial no imaginário popular e instiga a sonhar realidades que, por ora, só são possíveis por meio da junção entre arte e tecnologia. Essa união é também o principal combustível do Marte Festival – um dos principais festivais de Minas Gerais, com foco no encontro da criatividade artística e tecnológica. Idealizado por Barral Lima, Carolina Daves e Erick Krulikowski tendo como convidado Tony Aiex para curadoria, o evento chega à terceira edição em formato digital, entre os dias 25 e 28 de março, e traz no line-up nomes como FiótiBruno SartoriGiovani Cidreira Luiza Lian. A programação será transmitida pelo canal do Grupo UN Music (assista aqui).

“O nosso maior suporte para este evento é a própria tecnologia”, pontua Barral ao destacar como a edição aprofunda mais o conceito do evento. Tendo como norte o objetivo de apresentar ao público novas formas de criar e produzir música, a programação abraça manifestações de arte que vão do teatro a criações gráficas que carregam a tecnologia como essência. Entre performances, shows, painéis e entrevistas, o Marte Festival percorre por múltiplos temas: de realidade virtual, passando por deepfake, experiências em 360º, até novos formatos de festivais e saúde mental. “Abrimos um grande espaço no festival para todas essas experiências e estamos fortalecendo nossos conteúdos”, ressalta.

Abrindo a programação, às 18h do dia 25 de março, Barral Lima conversa com Geraldo Ramos, o fundador do aplicativo Moises.ai – uma plataforma de inteligência artificial para auxiliar músicos a criarem samples e remixes ao permitir que os usuários isolem e extraiam elementos de arquivos de áudio, como a voz ou o instrumental, com alta qualidade. A estreia da edição segue com um painel que reúne Priscilla Gama (criadora do instituto Das Pretas), Gustavo Ziller (educador, palestrante e escritor, conhecido pela série “7Cumes”, do Canal Off), Kdu dos Anjos (multiartista e idealizador do centro cultural Lá da Favelinha), Paulo Emediato (Managing Partner na DesignThinkers Group Brasil) e Sabina Deweik(pioneira em cool hunting no Brasil) para um papo sobre “Arte, Cultura, Entretenimento e Sociedade Digital”. O papo é mediado pela pesquisadora Dani Ribas

Fechando o primeiro dia do Marte Festival, a cantora e compositora Yma traz o show performance “Delírio: A Vingança do Real”. Criada em colaboração com o VJ 1mpar, a apresentação traz inserções visuais em realidade aumentada (AR) e chroma-key para imergir Yma e sua banda em um “sonho-navio” prestes a afundar. No dia 26 de março, a programação musical leva o produtor Craca Beat para uma performance de videomapping com drone virtual em um dos ambientes mais emblemáticos da cultura brasileira: a Casa da Ópera de Ouro Preto, o teatro mais antigo da América Latina. Por meio de deslocamento do drone, o público acompanhará cada detalhe das artes visuais criadas por Craca, devolvendo ao público a perspectiva, a profundidade e o movimento que se perdeu nas lives. “Foi uma grande tarefa adaptar o mapping pro cenário que estamos atravessando, mas tivemos resultados incríveis com esse desafio”, analisa Barral. 

Os drones também são parte importante da performance “Ouro Byte”, criada pela dupla ADA (Caio Fazolim e Tatiane Gonzales) e Michelle Mattiuzzi. A partir de imagens captadas pelas pequenas aeronaves não tripuladas, os artistas criam um modelo tridimensional da histórica cidade mineira para explorar os conceitos de fronteira e virtualidade. No mesmo dia, a performance “Anseios”, idealizada por Beth Freitas, complementa as atrações do dia com uma apresentação que fala sobre memória corporal. Por meio de personagens que enfrentaram o câncer de mama e a cirurgia de mastectomia, Beth aborda as dificuldades impostas pela pandemia a pessoas que aguardam para colocar próteses nos seios, enquanto lidam com o sentimento de mutilação corporal. 

Além das performances, às 18h, a programação do dia 26 traz uma entrevista do jornalista cultural Tony Aiex, do site Tenho Mais Discos que Amigos, com Bruno Sarotri – personalidade mineira nacionalmente reconhecida por ter popularizado os deepfakes na internet brasileira, através de criações humorísticas. Tony também é responsável por mediar o painel “Criatividade, tecnologia e saúde mental”, debate composto pelo psiquiatra Frederico Porto, o músico Lucas Theodoro, a artista Carla Sceno e a profissional de marketing musical Patrícia Vaz

Ao contrário dos dois primeiros dias de evento, iniciados às 18h, o terceiro e quarto dias (27 e 28 de março, respectivamente) de Marte Festival trazem uma programação matutina. A partir das 10h, o coletivo 1quarto insere o público na instalação virtual “Além de Marte”. Utilizando-se de Java Script, a intervenção propõe uma viagem por códigos que vão desvendando criações artísticas em uma simulação de exploração espacial que faz referência à missão “Mars 2020”, encarregada de buscar sinais de vida em Marte. Depois, às 17h, o line-up segue com mais uma entrevista. Dessa vez, Tony bate um papo com Rafael Mantesso, artista multimídia conhecido por abordar sua relação com o autismo e por se inspirar em seu pet, Jimmy Choo, para produzir seu universo criativo. Ainda no campo das conversas, Barral Lima conduz o painel “Novos Formatos de Festival”, com representantes dos eventos Festival Sarará, Festival Se Rasgum,  Festival MIA e Festival Formemus. O cantor e compositor Giovani Cidreira, o performer Leston e uma experiência de realidade virtual fecham a programação do terceiro capítulo desta edição do Marte. 

O último dia da programação, 28 de março, abre espaço para tecnologias menos eletrônicas e mostra como a música dialoga com diferentes formas de inventividade. Às 10h, Aline Krupkoski dá uma oficina de bordado inspirada em lendas do universo musical, tendo como figura central Rita Lee, um dos principais nomes da cultura popular brasileira. Outros nomes que costuram as atrações são a cantora e compositora Luiza Lian – que senta para um papo sobre tecnologia e espiritualidade com o músico e professor Erick Krulikowski; e o artista e empreendedor cultural Evandro Fióti – criador da Laboratório Fantasma e uma das principais referências de versatilidade no mercado – em uma conversa com Barral Lima. 

A tarefa de encerrar a terceira edição do Marte Festival fica por conta do show “Paisagem Sonora”. Criado pelo baixista Adriana Campagnani e pelo videomaker Ed Zimerer, o espetáculo cria ambientes virtuais construídos com animações abstratas que surgem conforme os acordes das músicas vão sendo criados. 

Mesmo com o encerramento das atrações, o público poderá continuar explorando a relação entre arte e tecnologia no site do festival (www.martefestival.com.br), onde estarão disponíveis clipes e entrevistas em 360º, além de alguns dos trabalhos apresentados no decorrer da programação, como a instalação “Além de Marte”.

SERVIÇO
Marte Festival 2021 

Programação:
Dia 25 de março, a partir das 18h:
Barral Lima entrevista Geraldo Ramos;
Painel “Arte, cultura, entretenimento e sociedade digital”;
Show “A Vingança do Real”, por YMA e 1mpar.

Dia 26 de março, a partir das 18h:
Tony Aiex entrevista Bruno Sartori; Painel “Criatividade, tecnologia e saúde mental”;
Performance “Anseios”, por Beth Freitas;
Performance “Ouro Byte”, por ADA e Michelle Mattiuzzi;
Show de Craca Beat na Casa da Ópera.  

Dia 27 de março, às 10h: 
Workshop “(Re)começo: Além de Marte”, por 1quarto.cc.

Dia 27 de março, a partir das 17h:
Tony Aiex entrevista Rafael Mantesso;
Painel “Novos Formatos de festivais – online e híbrido”;
Show do cantor Giovani Cidreira;
Performance em 3D, por Leston;
Experiência de realidade virtual “Sacred Geometry”, por Darklight Studio & Pedra Branca.

Dia 28 de março, às 10h:
Workshop de bordado, por Aline Krupkoski.

Dia 28 de março, a partir das 17h:
Erick Krulikowski entrevista Luiza Lian;
Painel “Tecnologia e novas experiências na música e nas artes”;
Barral Lima entrevista Fióti; Show “Paisagem Sonora”, por Adriano Campagnani e Ed Zimerer.

Onde: canal do Grupo UN Music

Outras informações: www.martefestival.com.br