Hoje, ¼ dos viajantes globais assumem escolher acomodações onde o lugar é instagramável

Atualmente, a maneira de escolha onde vamos nos hospedar quando viajamos se tornou um pouco diferente. Em uma época bem moderna, vivemos “a base” das redes sociais, tudo que fazemos tem que se espelhar ou se encaixar nos sites que usamos. A Booking, uma das maiores empresas de e-commerce de viagens do mundo, fez uma pesquisa onde releva que 28% dos viajantes globais assumem levar em conta se o lugar é instagramável, antes de escolher onde vai se hospedar.

A palavra que, não é muito usada, se refere ao Instagram, 6° rede social mais usada e a 1° no quesito fotografia, e significa que o objeto ou ambiente, seja ele qual for, precisa despertar o desejo nas pessoas em fotografar, se tornando assim instagramável.

O arquiteto Henrique Hoffman, da Painel Arquitetos Associados, conta na hora de se projetar um ambiente, principalmente para o setor comercial, não pode ser pensada para um todo, como antigamente era. “É necessário pensar nas alterações para que o ambiente seja mais fotogênico, é necessário pensar em uma arquitetura para ser cenário de fundo, para potencializar post, a logística de arquitetura de cenário para uma postagem é completamente diferente de uma arquitetura para experiência”, relata o arquiteto.

Transformar o ambiente em um lugar instagramável, tem um custo relativamente baixo e além disso faz com que o arquiteto e os envolvidos no projeto, possam abusar da criatividade na hora do desenvolvimento. “Com soluções criativas e de bom humor, é possível gerar esse novo ambiente, muitas vezes é possível fazer essa transformação com poucos itens, trabalhar por exemplo com itens e utensílios”, diz Henrique. O Arquiteto também cita sobre um projeto feito em um hotel em São Paulo, sobre a América Latina. “Colocamos diversos chapéus e uma frase que dizia ‘o que te representa hoje?’, colocamos diversos tipos, um chapéu coco, outro mexicano, um de cowboy, vários itens de decoração de cabeça que representavam lugares e etnias e isso representava uma experiencia, um diálogo conceitual e uma interação com o hotel que teve um baixo custo”, completa.

Quando fotografamos, o ambiente fica congelado no background, em um plano de fundo e para ser um ambiente instagramável, este plano tem que ser muito atraente. “O ambiente precisa passar uma mensagem rápida e eficiente, muitas vezes é utilizado do bom humor, ‘happymod’ em inglês. Por exemplo, o desenho de uma lâmpada em uma parede amarela, para que simule o feixe de luz dela ou uma arte que pareça um guarda-chuva para você se portar embaixo dele, trabalhar com luz, sombra, ritmos, perspectivas e ilusões de ótica, pois ali vai ser um lugar destinado para a pessoa bater fotos”, realça o arquiteto.

O espaço destinado a está prática, não tem que ser precisamente no lobby inteiro, pode ser usado em uma parede ou em um canto, para que o hóspede possa ter essa experiencia dentro do hotel.

Esse investimento, que é baixo, tem trazido ótimos resultados à rede de hotelaria e tem gerado alta demanda para a mudança ou implementação de ambientes deste tipo. “É uma forma de propaganda espontânea e legitima, além de ser um desejo das pessoas ter um bom lugar para fotografar e eternizar o momento. O hospede tira uma foto, publica em suas redes sociais, seus amigos e seguidores consequentemente vão se interessar, já que as pessoas tendem a confiar em lugares onde seus conhecidos já foram e aprovaram a visita, é uma mídia espontânea que motiva as pessoas a irem nos hotéis com a legitimidade de uma pessoa conhecida”, comenta Henrique Hoffman.

Essa modalidade pode ser encontrada no Hotel Ibis Styles Confins, projetado pela Painel. São quatro temáticas desenvolvidas com diversos vídeos e elementos de interação com suas respectivas relações com as decorações dos quartos. “A multinacional francesa está muito afrente do mercado de hotelaria, eles gastam muito tempo em treinamento e investimento com experiências, eles acreditam que o design de fato pode mudar a experiência do hospede, foram feitas diversas pesquisas do comportamento humano para se diferenciar de concorrentes e redes de hotelaria, os projetos sempre buscam áreas instagramáveis, por serem uma procura mundial, principalmente em áreas comerciais”, encerra o arquiteto.