Confira: https://smb.lnk.to/Shinkansen
A união de grandes músicos brasileiros já é argumento suficiente para se ouvir Shinkansen, projeto formado por Liminha (baixo), Toninho Horta (guitarra), Jaques Morelenbaum (cello) e Marcos Suzano (bateria/percussão). Mas a união de estilos, dos instrumentos, entrega algo novo, digno de atenção e apreciação.
“Com essa formação, esteticamente diferente, com guitarra, baixo, cello, percussão acústica e eletrônica, não buscamos nenhuma referência. Não conheço nenhum grupo parecido. Marcos Suzano com suas experimentações trouxe coisas muito interessantes sonoramente. Como viemos de vertentes diferentes e todos somos compositores, o resultado ficou eclético na medida certa”, explica Liminha sobre o novo álbum que já está disponível em todas as plataformas digitais.
Shinkansen é o nome dado ao trem de altíssima velocidade no Japão, e essa relação com o país asiático se explica com o início do projeto, que foi criado como pretexto para levar Liminha até a terra do sol nascente.
“Toninho, Marcos Suzano e Jaques Morelenbaum viajaram inúmeras vezes para o Japão. Eu ainda não conhecia esse maravilhoso país. Um dia no estúdio resolvemos montar uma banda pra tocar lá. Gravamos parte do repertório em 2010, fizemos um show no Rio Jazz Festival e outro na extinta casa de show Miranda. Depois disso, como somos artistas e músicos com uma agenda lotada, cada um foi para um lado. Em 2016, fui para um evento Los Angeles, para ver a cena de jazz que estava acontecendo naquele momento. Em seguida, fui para Tóquio assistir ao Festival de Montreux. Voltei encantado com o Japão e retomamos o disco”, conta Liminha, detalhando um pouco mais da história do grupo.
Além dos quatro integrantes principais, o disco, formado por 12 faixas, traz também participações de Brandford Marsalis (sax soprano), Ryuichi Sakamoto (piano) e Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn).
Liminha explica que a ideia atual do projeto, além do plano inicial de se apresentar no Japão, é “que a nossa música faça um monte de gente feliz”, o que é muito importante no momento atual.
Sobre os integrantes:
Liminha
Nascido na capital paulista, Arnolpho Lima Filho, entrou para os Mutantes como baixista e com eles gravou cinco albuns, excursionou pelo Brasil e Paris. Mudou-se para o Rio e tornou-se produtor e diretor artístico da Warner Music, dirigindo e produzindo discos da banda Black Rio, Frenéticas e outros. A partir da década seguinte, firmou-se como principal produtor do Pop Brasileiro, em discos de, entre outros, Lulu Santos, Paralamas Do Sucesso, Ultraje A Rigor, Ira!, Marina Lima, Kid , Jorge Benjor, Gilberto Gil (seu parceiro no sucesso “Vamos Fugir”), Caetano, Titãs, Skank, Chico Science & Nação Zumbi, O Rappa, Cidade Negra, Gabriel O Pensador, Vanessa Da Mata. É ganhador de 3 Grammys. Em 1988 mudou-se para Los Angeles e lá produziu discos nos melhores estúdios da cidade.
Produzindo Ricardo Silveira, guitarrista, teve a oportunidade de gravar com grandes músicos da cena jazzística – Ernie Watts, David Sanborn, Abraham Laboriel, Don Grusin, Alex Acuña, Vinnie Colaiuta, Fred Ravel, Darryl Jones, Jimmy Haslip, Paulinho da Costa e outros. Dividiu com Alphonso Johnson, o disco “ENCANTO” de Sergio Mendes, tocando baixo.
Toninho Horta
Mineiro de Belo Horizonte, começou a fazer música na adolescência, participando como compositor dos festivais de música do fim dos anos 60. No início da década seguinte, despontou como um dos informais sócios do Clube da Esquina, deixando sua marca em solos de guitarra em discos e shows de Milton Nascimento. Como músico trabalhou também com, entre outros, Elis Regina, Edu Lobo, Gal Costa, Maria Bethânia, João Bosco, Caetano Veloso, Simone E Nana Caymmi. Em 1980, lançou seu primeiro disco solo, “Terra Dos Pássaros”, e em, 1989, mudou-se para Nova York, tocando e gravando com gente do Jazz como Sérgio Mendes, Gil Evans, Flora Purim, Astrud Gilberto, Naná Vasconcelos, Paquito De Rivera, Airto Moreira, Wayne Shorter, Eliane Elias, Herbie Hancock, Keith Jarret, George Benson, Manhattan Transfer e Pat Metheny. Toninho é respeitado por grandes músicos e considerado o mago da Harmonia
Jaques Morelenbaum
Carioca, entre os anos 70 e 80 o violoncelista passou pelos grupos de Egberto Gismonti e Antonio Carlos Jobim. Na década de 90 foi arranjador de Caetano Veloso, trabalhando em discos como “Circuladô”, “Fina Estampa”, “Livro” e “A Foreign Sound”, além das trilhas sonoras de “O Quatrilho”, “Tieta Do Agreste” e “Orfeu Do Carnaval”. Em 1995, formou, ao lado de Paula Morelenbaum, Paulo Jobim e Daniel Jobim, o Quarteto Jobim Morelenbaum. Em seguida, novamente com Paula, juntou-se ao pianista e compositor Ryuichi Sakamoto para o tributo a Jobim “Casa”, que também rendeu um disco ao vivo, “A Day In New York”. Nas últimas décadas, tem trabalho com, entre outros, Gilberto Gil (no recente show “Concerto De Cordas”), Marisa Monte, Carlinhos Brown, a portuguesa Mariza e a mexicana Julieta Venegas, além do roqueiro inglês Sting (no DVD “All This Time”, de 2001). Jaquinho transita com desenvoltura e elegância entre o Jazz, a música clássica e MPB. Com frequência é convidado para reger orquestras na Europa.
Marcos Suzano
Carioca, Suzano praticamente reinventou o pandeiro, seu principal instrumento na percussão. Ele tocou em discos e shows de, entre outros, Paulo Moura, Gal Costa, Zizi Possi, Gilberto Gil, Zé Keti, Marisa Monte, Ney Mato Grosso, Elza Soares e vários outros artistas brasileiros. Participando do DVD “All This Time”, de Sting, gravado na itália em 2001). Em 1993, gravou, em dupla com o cantor, compositor e violonista pernambucano Lenine, o classico disco “Olho De Peixe”. Seu primeiro álbum solo, “Sambatown” saiu em 1996, seguido de “Flash”, em 2000. Tem trabalhos com o grupo Pife Muderno, liderado pelo flautista Carlos Malta, e em dupla com o cantor, compositor e violonista gaúcho Vitor Ramil (“Satolep Sambatown, lançado em 2007).
Suzano agrega eletrônica à sua percussão acústica conseguindo assim, um resultado totalmente inovador.