Economista que aprofundou o debate sobre a concentração da riqueza e da renda discute o papel da ideologia na manutenção da desigualdade 
 

Quando lançou O capital no século XXI, em 2013, Thomas Piketty revolucionou ideias até então cristalizadas sobre a evolução da desigualdade e a distribuição de renda. Considerada uma referência da área de economia e questões correlatas, a obra gerou discussões que suscitaram outro ponto fundamental: como a ideologia é usada para justificar a desigualdade social e o desequilíbrio nas relações de poder, de modo a perpetuar o domínio da lógica do capital e da propriedade privada sobre o bem-estar social. A construção dessa rede de ideias e de discursos é o mote de Capital e ideologia, obra monumental com mais de mil páginas, que chega ao Brasil, pela Intrínseca, em julho de 2020.

Partindo de uma extensa pesquisa de dados coletados no Ocidente e também em nações pouco analisadas como a Tunísia, a Rússia, o Líbano e a China — e discutindo longamente o caso do Brasil —, o autor faz em Capital e ideologia um apanhado que remonta às sociedades pré-Revolução Francesa e chega aos dias de hoje, para mostrar como a economia não é produto da natureza: como construção histórica, é passível de ser mudada e até revolucionada.

Nas várias páginas em que trata do Brasil, Piketty discorre sobre questões cruciais no debate atual, como o peso do nosso modelo de colonização e de abolição da escravidão na desigualdade entre brancos e negros que vemos hoje. Ele também analisa o acesso à educação como mecanismo de estratificação social, a ascensão do discurso conservador, as políticas de redistribuição de renda implementadas pelo PT, a necessidade de uma reforma política e tributária e a eleição de Jair Bolsonaro à presidência.

Podendo ser lido como obra independente ou como continuação de O capital no século XXICapital e ideologia está destinado a ocupar um lugar de destaque nas discussões políticas, econômicas e sociais contemporâneas graças à contundente crítica que faz das políticas atuais e por sua proposta arrojada de um sistema econômico mais justo.
 

Capital e ideologia se tornará ainda mais influente politicamente do que O capital no século XXI […] Piketty explica por que agora talvez seja o momento de uma guinada para a igualdade e quais políticas poderiam tornar isso realidade.”

Financial Times

“Ao mergulhar na história mundial da desigualdade, Piketty mostra que existe uma crise das democracias contemporâneas.”

Le Monde

Portrait of Thomas Piketty (economist) at the Paris School of Economics 24/05/2019 ©Jerome PANCONI/Opale

THOMAS PIKETTY leciona na École d’Économie de Paris e é diretor na École des Hautes Études en Sciences Sociales na França. Formado pela London School of Economics, foi professor de economia do MIT. É autor de O capital no século XXI, traduzido para mais de 40 línguas e com mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos no mundo, além de ter sido eleito Livro do Ano do Financial Times. É autor também de A economia da desigualdadeÉ possível salvar a Europa?Às urnas, cidadãos! e Por uma Europa democrática, lançados também pela Intrínseca. Por sua obra, recebeu em 2013 o Prêmio Yrjö Jahnsson, conferido pela Associação Europeia de Economia. Possui inúmeros artigos publicados nos principais periódicos especializados, como Quarterly Journal of EconomicsJournal of Political EconomyAmerican Economic Review e Review of Economic Studies.

CAPITAL E IDEOLOGIA, de Thomas Piketty

Tradução: Dorothée de Bruchard e Maria de Fátima Oliva Do Coutto
Páginas: 1056 páginas
Editora: Inrínseca
Impresso: R$99,90
E-book: R$69,90