O coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE, Fábio Portella, dá dicas para evitar contaminações
Ser contaminado pelo novo coronavírus tem sido a grande preocupação de milhões de pessoas por todo o mundo e a prevenção continua sendo a melhor forma para evitar o contágio. Por isso, é muito importante lavar bem os alimentos que adquirimos no supermercado ou nas feiras livres para não acabar levando o vírus para casa e perdendo todo o esforço que fazemos não saindo de casa e mantendo o distanciamento social. Os cuidados que já tínhamos por causa de outros vírus e bactérias precisam ser redobrados.
“A maior diferença é que, antes, dificilmente a gente ia higienizar as embalagens. Já agora é fundamental, pois essas superfícies podem transportar o vírus. O que precisa ficar claro é que não somente nesta época, mas é um hábito que já deveríamos ter e devemos continuar tendo. Isso porque existe outros tipos de vírus que podem ser transportados através do alimento e podemos acabar se contaminando. Como estamos em um período de pandemia, essa necessidade se torna mais urgente”, esclarece o biólogo Fábio Portella, coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE.
Uma das precauções é com as embalagens e cascas dos produtos que consumimos, por isso devemos seguir todas as instruções à risca. “Higienizar bem, colocar álcool 70 ou solução de hipoclorito nas embalagens plásticas. Os vegetais, frutas e verduras colocar em uma solução de hipoclorito de sódio solução 2,5% ou na água sanitária própria para alimentos e deixar eles imersos no tempo de 15 a 20 minutos. Depois enxaguar, secar e guardar na geladeira”, instrui o biólogo.
Ir ao supermercado ou a feira livre também não tem sido tarefa fácil e muitos ficam com medo de contrair o vírus em uma dessas saídas para comprar alimentos. Então, devemos ter alguns cuidados nestes locais. “Se puder, assim que manipular um produto, leve as mãos. Alguns locais possuem pia na sessão de hortifrúti. Usar máscara, manter distância das pessoas e andar com álcool, se possível, porque várias pessoas podem ter mexido naquele alimento e ter contaminado”, orienta Fábio Portella.
Depois de limpar tudo, os alimentos que vão para a geladeira ou para o armário estarão prontos para serem usados conforme a necessidade de cada um, mas é preciso ter cuidado com grandes quantidades e o tempo que passa para ser consumido, mesmo os refrigerados, pois pode estragar. “Se já fez higienização adequada para guardar, passar só uma água rápida, não se faz necessário passar por mais uma etapa de higienização, já que o produto estava guardado em segurança. Geladeira e congelador, que são baixas temperaturas, elas não matam microrganismos, ela reduz velocidade de crescimento. Vai estragar sim, só que mais devagar”, explica o coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade dos alimentos da Faculdade IDE.
Comidas entregues via delivery: como proceder?
Para evitar sair de casa diante dos riscos e do medo de contaminação, muitas pessoas estão recorrendo aos serviços de entrega para comprar os seus alimentos e receber produtos e até mesmo alimentos já prontos tem ajudado muita gente. Além disso, muitos profissionais continuam trabalhando, só que em casa e sem tempo para cozinhar acabam recorrendo para os aplicativos de comida.
Mesmo estando mais seguros recebendo tudo em casa, é preciso tomar cuidados para o vírus não vir junto. “No delivery, é preciso verificar se o entregador está de máscara e tomando os cuidados. Quando receber o alimento colocar álcool ou hipoclorito na embalagem e descartar essa embalagem para poder colocar na mesa. O ideal é colocar uma lixeira na entrada de casa para descartar os plásticos ali mesmo antes dessa comida entrar em casa”, ensina o biólogo Fábio Portella, especialista em segurança alimentar.
É preciso também pedir em lugares de sua confiança e quando o alimento chegar não precisa esquentar na tentativa de matar algum vírus ou bactéria. “Esses alimentos já vêm aquecido e não é necessário fazer novamente, a não ser que você esteja desconfiado do cozimento feito anteriormente. Se já está bem assado ou cozido, já atingiu a temperatura adequada. Se fizer esse aquecimento, que ele atinja a temperatura acima de 70 graus e permaneça nela por mais ou menos cinco minutos”, explica o coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade dos alimentos da Faculdade IDE.
Como conservar as comidas que sobram das refeições?
Quando pedimos ou fazemos uma grande quantidade de comida fica a dúvida se podemos ou não guardar para depois. Fábio explica que podemos sim consumir em um outro momento, mas é importante colocar em um frasco e guarde na geladeira por, no máximo, 48 horas e, de preferência, que não amontoe esses alimentos, pois o transporte do frio não vai ser satisfatório e manter o alimento na temperatura adequada para todas as vasilhas que estão sendo congeladas.
O tempo fora da geladeira também precisa ser observado. “Não existe uma ‘lei’ que diga quanto tempo ele deve passar fora da geladeira, mas alguns manuais de vigilância sanitária de alguns estados recomendam que, após cozidos, os alimentos quentes devem ficar de uma e meia a duas horas, no máximo, em temperatura ambiente. Depois disso, ele começa a se igualar com a temperatura ambiente e o risco de contaminação é maior. Já os produtos frios só devem ficar até 30 minutos fora da geladeira”, esclarece Fábio Portella.
Já na hora de consumir novamente, é preciso ter alguns cuidados ao descongelar essa comida e de esquentar, seguindo rigorosamente as dicas para não contaminar a comida com qualquer tipo de microrganismo. “Lembrando que, quando for comer de novo, esquentar esse alimento a pelo menos 70 graus, tanto no micro-ondas como no fogão. Se for quantidade grande, esquentar em partes ou em refratário grande para distribuir bem o calor”, recomenda o biólogo.
TEMPO DE REFRIGERAÇÃO– Sobre o tempo que as comidas podem ficar na geladeira, vai depender também da temperatura. “Quanto menor a temperatura, mais tempo ela permite a conservação. Se coloca na geladeira vai durar um tempo e no congelador vai durar muito mais tempo. Se quer utilizar por tempo maior, congela em porções e esquenta conforme a necessidade”, revela o coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE.
Comidas cruas requer mais cuidados?
“Até o momento, estudos não têm mostrado uma transmissão do coronavírus por alimento. Porém, os alimentos podem ser transportadores do vírus em sua superfície e pode contaminar a pessoa, independentemente do tipo de alimento. Os cuidados evitam não somente esse vírus, mas outros tipos e também bactérias que podem prejudicar a nossa saúde”, esclarece Fábio.
O especialista faz um alerta sobre as gemas moles quando consumimos um ovo cozido, pois é um alto risco de contrair a Salmonella, uma bactéria que pode transmitir doenças através da sua ingestão. “Gema crua ou malcozida é um risco alto de reservatório da bactéria. A prática da gema crua não deve ser nunca feita, a menos que você tenha certeza de que o ovo que está consumindo é uma fonte segura”, sugere.
Sobre os sushis, que muita gente adora e tem pedido ainda mais nessa época em que não podemos sair, podem ser consumidos sim, mas com algumas observações. “ Você precisa conhecer as fontes dessas comidas cruas, como aquela pessoa preparou aquele alimento, pois se não for preparado com cuidado o risco de contaminação é alto”, explica o coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade dos alimentos da Faculdade IDE sobre a importância de pedirmos esse tipo de comida em lugares que já temos confiança.
FACULDADE IDE – A Faculdade IDE, mantida pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, desde 2006, promove pós-graduações na área de saúde, contando com mais de 120 cursos nas áreas de medicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, educação física, psicologia e fonoaudiologia. Autorizada pelo MEC, na portaria nº 852, de 30/12/18, passou a oferecer também graduações, como de Estética e Recursos Humanos. Com matriz no Recife e atuação no interior de Pernambuco, como Caruaru, Garanhuns e Petrolina, tem unidades também espalhadas por vários estados do Norte e Nordeste, como Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Belém. Mais informações (81) 3465.0002, 0800 081 3256 e www.faculdadeide.edu.br.