Professor da pós-graduação em neurociência da Faculdade IDE Igor Tchaikovsky explica como esta ciência pode ajudar no desenvolvimento de tratamentos para doenças cognitivas

A neurociência é uma ciência que visa entender o sistema nervoso e sua relação com comportamento, emoções, aprendizado, memória e doenças comportamentais, como o autismo, por exemplo. “Por ser interdisciplinar, ela engloba visões e quantificações matemáticas, biológicas e físicas. Mas ela também pode perfeitamente ser estudada sob o ponto de vista psicológico, comportamental e sociocultural”, explica o professor da pós-graduação em neurociência da Faculdade IDE Igor Tchaikovsky, biomédico e mestre em neuropsiquiatria e ciências do comportamento.

Para ajudar os pacientes que possuem problemas como autismo, déficit de atenção, ansiedade e depressão, “essa ciência busca compreender os mecanismos de tomadas de decisão, percepção, pensamento cognitivo, cálculos, personalidade, emoções em situações normais ou processos de doença”, diz o especialista. 

Pessoas depressivas e crianças com déficit de atenção e hiperatividade e autistas podem encontrar melhora nas batidas de uma canção. “A música altera o processamento cerebral e pode influenciar nas atividades fisiológicas e também fisiopatológicas”, exemplifica o professor Igor sobre como a música age nas pessoas melhorando o quadro clínico de pessoas com problemas cognitivos. 

A depressão, um dos maus deste século, também é estudada pela neurociência e o especialista afirma que os pacientes podem encontrar melhora nesta ciência tratamentos que melhoram o quadro. “Neurofeedback para corrigir assimetria entre a atividade elétrica do hemisfério cerebral esquerdo e direito. E estimulação magnética transcraniana e estimulação elétrica transcraniana. Todas para correção de assimetria cortical”, sugere. 

Ter uma rotina saudável faz bem não só para o corpo, mas também para a mente. Manter uma dieta equilibrada, praticar atividades aeróbicas, reduzir a ansiedade, procurar tratamento com neurofeedback e procurar um hobby para se divertir nos momentos de lazer são alternativas que, segundo Igor, também ajudam a evitar ou melhorar o quadro depressivo. 

Uma outra alternativa que já é usada por muitos profissionais e que auxilia muitos profissionais no tratamento da depressão, déficit de atenção e autismo é a terapia com animais, onde a pessoa tem melhoras significativas ao conviver e/ou ter contato com algum bichinho.  “O contato com animais reduz a ansiedade. Há o despertar de sentimentos de amor, necessidade de cuidado, respeito, valorização da vida e do tempo presente e afastamento de problemas cotidianos”, exemplifica sobre como a pessoa se sente ao se apegar aos animais. 

Crianças autistas e com déficit de atenção e hiperatividade geralmente são mais agitadas, mas existem atividades que ajudam a acalma-las. “Controle voluntário e foco da atenção no processo respiratório, controle do fluxo sanguíneo no córtex pré-frontal, através de neurofeedback com hemoencefalograma, atividade motora ao ar livre, como correr e praticar esportes, boa alimentação e repouso”, exemplifica o professor da pós-graduação em neurociência da Faculdade IDE sobre as práticas que podem ser desenvolvidas em crianças. 

NEUROCIÊNCIA E MÚSICA 

Muitas pessoas enxergam a música como um elemento para relaxar após um dia estressante, como um hobby nas horas vagas ou até mesmo para marcar um momento especial, mas para os estudos da neurociência, ela é muito mais do que uma trilha sonora ou algo para desopilar depois da rotina cansativa. Para os estudiosos da área, a música pode ser uma aliada no tratamento de problemas cognitivos, como o autismo, transtorno de déficit de atenção (TDH) e depressão.

“A música é um tipo de estimulação cerebral que inicia pelo processamento de frequências sonoras pelo sistema auditivo, segue a partir do tronco encefálico para o córtex cerebral auditivo primário. De lá, a informação se espalha para outras áreas, recrutando e fazendo surgir frequências de atividade elétrica em áreas motoras, altera o processamento cognitivo do córtex frontal e da rede de modo padrão (default mode network), e é capaz de alterar a atividade elétrica dessas áreas”, esclarece Igor. 

“Ela também pode nos fazer reduzir a ansiedade. Há relatos de que a exposição contínua da criança a certos tipos de música alteraria a formação de sinapses, influenciando na formação do sistema nervoso. Tal ocorreria no chamado ‘efeito Mozart’, que supostamente tornaria as crianças mais aptas à matemática na idade adulta. Mas estas hipóteses necessitam de mais experimentos”, conta o docente da Faculdade IDE. 

 NEUROCIÊNCIA, MEMÓRIA A LONGO PRAZO E ALZHEIMER 

 Como uma ciência que estuda, entre outros aspectos, o comportamento humano, os estudos mostram meios que ajudam as pessoas que desenvolverem uma boa memória. “Atividade aeróbica, consumo de precursores de ácidos graxos poli-insaturados, treino de hemoencefalograma e redução de ansiedade”, são alguns exemplos de práticas indicadas pelo professor da Faculdade IDE para termos êxito neste quesito. 

Ter uma boa memória a longo prazo também é um desafio para muitas pessoas, principalmente com a vida agitada que levamos, mas existem práticas que treinam o cérebro para este propósito. “Boa alimentação, atividade física regular, bom sono, equilíbrio emocional, amar e sentir-se amado e respeitado em família (não necessariamente família consanguínea, mas família no sentido de grupo) e equilíbrio de frequências oscilatórias nas diversas partes do córtex através de neurofeedback”, enfatiza Igor Tchaikovsky.

Segundo o profissional, ainda não existe uma atividade ou tratamento que por si só evite o Alzheimer, mas há como ajudar na intensidade quando acontecer. “A chance de ele ocorrer, ou uma progressão mais demorada, ou menor severidade podem ser conseguidos por neurofeedback, atividade física e social e boa alimentação”, finaliza o professor da pós-graduação em neurociência da Faculdade IDE sobre as indicações de exercícios para a mente.  

* Igor Tchaikovsky é biomédico, mestre em neuropsiquiatria e ciências do comportamento e doutorando em neuropsiquiatria e ciências do comportamento. Ele atua como professor da de pós-graduação em neurociência da Faculdade IDE e é pesquisador do grupo de neurodinâmica.  

FACULDADE IDE – A Faculdade IDE, mantida pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional, desde 2006, promove pós-graduações na área de saúde, contando com mais de 120 cursos nas áreas de medicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição, educação física, psicologia e fonoaudiologia. Autorizada pelo MEC, na portaria nº 852, de 30/12/18, passou a oferecer também graduações, como de Estética e Recursos Humanos. Com matriz no Recife e atuação no interior de Pernambuco, como Caruaru, Garanhuns e Petrolina, tem unidades também espalhas por vários estados do Norte e Nordeste, como Ceará, Bahia, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Belém. Mais informações (81) 3465.0002, 0800 081 3256 e https://www.faculdadeide.edu.br.