Ação aborda, também, misofonia, hiperacusia e a importância do diagnóstico precoce para a eficácia do tratamento dessas intolerâncias aos sons

Atualmente cerca de 40 milhões de brasileiros de todas as idades sofrem com zumbido, que é a percepção de um som nos ouvidos ou na cabeça sem que tenha sido gerado por uma fonte sonora. Não é uma doença, mas um sintoma de uma condição de saúde que afeta algum ponto da via auditiva. Para alertar a população foi criado o Novembro Laranja, movimento que promove anualmente a Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, que desde 2018 divulga, também, informações sobre outros dois sintomas comuns, mas que passam despercebidos pelos pacientes: a misofonia, que diz respeito ao incômodo aos sons baixos e repetitivos – mastigar chicletes, maçãs, lixar as unhas, tomar sopa, clique de caneta, gotas de água, salto alto, arrastar chinelo, roncos, fungados, respiração e digitação; e a hiperacusia, a sensibilidade aos sons de intensidade leve à moderada, com desconforto físico. No Recife, a ação acontece no dia 13 de Novembro, das 7h às 11h, no Parque da Jaqueira, onde a otorrinolaringologista Lívia Noleto, que é também otoneurologista e especialista em zumbido, da clínica Instituto Rezende de Oliveira, no Recife, vai orientar a população gratuitamente, junto com uma equipe especializada.

SURDEZ – De acordo com a Dra. Lívia Noleto, o zumbido é um sintoma de futuras perdas de audição e, na maioria dos casos, está associado aos hábitos da vida moderna. “Um deles é o mau uso do fone de ouvido, em volumes muito altos. Outro é o excesso de contato com celular em ligações demoradas, com mais de uma hora de duração”, contou. A alimentação também interfere neste problema. “Longos períodos em jejum, deixar de tomar o café da manhã, exceder em doces e café podem causar zumbido no ouvido, sim”, continuou a especialista. “É preciso lembrar que a perda auditiva tem efeito cumulativo, ou seja, vai se agravando ao longo do tempo. Quanto mais cedo a pessoa começar a ter contato com o som muito alto, mais cedo ela vai ter esse sintoma, além da predisposição genética” – avisa. Produzido dentro do ouvido interno e provocado pela hiperatividade das células auditivas, o zumbido atormenta o paciente que se queixa dessa sensação. “As células estão super estimuladas e produzem estes ruídos que são percebidos dentro da cabeça”, explicou. 

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – Além das causas externas, o zumbido pode ter inúmeras causas, de doenças como diabetes, hipertensão arterial e até alterações metabólicas. Para confirmar o diagnóstico do zumbido, misofonia ou da hiperacusia, é realizado o exame auditivo. “É importante que seja feita uma audiometria. Esse exame vai revelar se a pessoa tem perda auditiva e a partir daí, vamos saber como proceder com o tratamento correto para evitar o agravamento do problema”, explicou a especialista, que ainda informou que, além da audiometria, o médico Otorrinolaringologista solicita um exame de sangue para investigar possíveis fatores ligados ao zumbido, como colesterol alto, diabete e síndrome metabólica. Em relação ao tratamento, ele existe e está atrelado, também, a uma dieta balanceada e mudanças de hábitos.

“Sobre o fone de ouvido, o ideal é que escolha o do tipo concha e os que promovem maior isolamento dos sons externos por meio das almofadas, tipo headphones; não passar o dia todo com ele no ouvido e evitar o som alto”, indicou Lívia Noleto. Já a dieta, varia. Em pessoas que sofrem com zumbido por problemas de metabolismo de açúcar ou cafeína, é necessário restringir o consumo por 30 dias para que o ouvido possa se recuperar. O tratamento tem abordagem individualizada e depende da causa original do zumbido. 

CAMPANHA – Para alertar a população sobre o zumbido, o Instituto Ganz Sanchez, em São Paulo – primeiro centro latino-americano de tratamento a pesquisar sobre o problema – criou, em 2018, o Novembro Laranja, movimento que promove anualmente a Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido. É um mês dedicado a divulgação e realização de ações em todo o país para alertar sobre este mal que afeta mais de 40 milhões de brasileiros. Oficialmente, a campanha dividiu os assuntos da seguinte forma: 11 de novembro (Dia Nacional de Conscientização sobre Zumbido), 12 de novembro (Dia Nacional de Conscientização sobre Misofonia) e 13 de novembro (Dia Nacional de Conscientização sobre Hiperacusia).  

Serviço:

Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido

Quando: 13 de Novembro de 2019 (quarta-feira)

Hora: 7h às 11h (toda a equipe estará lá a partir das 5h30 para começar a atender a imprensa)

Local: Parque da Jaqueira (R. do Futuro, s/n – Graças, Recife – PE)

Dra. Lívia Noleto – Instituto Rezende Oliveira Av. república do Líbano, 251, Torre B, sala 1004, Pina, Recife

Fone: (81)3125.0477//4102.0477

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