Maior e mais importante congresso de Oncologia do Mundo trouxe estudos que apontam hábitos saudáveis como fatores de diminuição dos riscos de morte pela doença e destacou a relação médico-paciente como ferramenta decisiva para obtenção de respostas positivas ao tratamento
A edição 2019 do Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO),evento de referência global em oncologia clínica – que aconteceu em junho, em Chicago (EUA) –, trouxe a abordagem humana e os cuidados globais com a saúde do paciente à pauta central dos debates. Ao todo mais de 40 mil profissionais acompanharam uma série de apresentações, pesquisas inéditas e debates sobre as formas como especialistas de diferentes países podem transformar os principais avanços científicos e tecnológicos recentes em realidade para o tratamento dos pacientes com câncer.
A mensagem: “Cuidando de cada paciente, aprendendo com cada paciente” foi o slogan desse ano. Em todas as sessões, foram destacados aspectos relacionados à jornada vivenciada durante o tratamento e após esse período do ponto de vista da medicina humanizada. Para Bruno Pacheco, doGrupo Oncoclínicas em Recife, o tema do ASCO mostrou a importância de se valorizar a experiência do paciente e aprender com ele. “É fundamental individualizar o tratamento e ter o feedback de tudo que acontece durante o período de recuperação”, afirmou. Diante disso, é importante que o médico assuma, também, o papel de ouvinte, colocando-se aberto ao diálogo e ao esclarecimento de dúvidas. Quanto mais informação o paciente possuir, maior será sua capacidade de decisão sobre o futuro, diante de um desfecho desfavorável, quando se tratar de doença incurável. Quanto mais ampla for a troca de informações (diálogo), mais fortalecida se tornará a relação médico-paciente.
Atividades físicas
De acordo com Bruno Pacheco, a ciência tem provado o que o médico já encontrava em seus casos diariamente. Ele afirma que a incorporação de atividades físicas na vida dos pacientes não só contribui para evitar o aparecimento de tumores, como também pode auxiliar na tolerância ao tratamento e, principalmente influenciando positivamente no aumento das chances de cura.
“Um estudo clínico recentemente apresentado comparou dois grupos de pacientes com câncer de mama que encerraram a quimioterapia. Um grupo foi submetido a um programa de atividade física periódico e orientação dietética por dois anos e o outro grupo não foi submetido a esse mesmo programa. A diferença de prognóstico entre as pessoas foi impressionante, onde o impacto das mudanças de hábito de vida proporcionou um aumento significativo nas chances de cura, ressalta o médico.
Quando se fala em prevenção, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) indica que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia.