Foto: Hércio Moraes

O câncer de boca é uma das formas mais incidentes de câncer no Brasil com prevalência em homens acima dos 40 anos. A campanha Novembro Vermelho vem para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa doença silenciosa. Manchas brancas, feridas que não cicatrizam, sangramentos e dificuldade de mastigar ou engolir podem ser os primeiros indícios. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 15 mil novos casos são estimados para cada ano do triênio 2023/2025, com muitos sendo descobertos em estágios avançados, dificultando o tratamento.

“O câncer de boca é um tumor maligno que pode afetar várias regiões da boca, como gengivas, bochechas, palato e a língua. Geralmente, ele se desenvolve de forma silenciosa, sendo assintomático em estágios iniciais. Por isso, é fundamental fazer consultas regulares com um cirurgião dentista para a prevenção do câncer de boca, pois, ao realizar uma inspeção mais atenciosa da boca, o profissional pode identificar as lesões cancerígenas de forma precoce”, explica a cirurgiã bucomaxilofacial e doutora em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial Taciana Abreu, coordenadora da residência de cirurgia bucomaxilofacial do Hospital Getúlio Vargas (HGV-PE).

Quais os sinais do câncer de boca?

  • Manchas brancas

  • Feridas que não cicatrizam

  • Sangramento

  • Rouquidão persistente

  • Caroços no pescoço

  • Dificuldade de mastigar ou engolir

“É preciso estar alerta para as feridas na boca que persistem por mais de quinze dias, ainda que não dolorosas. Esses sinais podem não confirmar o diagnóstico de câncer, mas devem ser investigados o mais rápido possível”, destaca a especialista Taciana Abreu, que é sócia da CIEB Implantar Saúde.

Fatores de risco para o câncer de boca

  • Utilização de produtos derivados do tabaco

  • Consumo frequente de bebidas alcoólicas

  • Exposição excessiva ao sol sem proteção 

  • Contaminação pelo papilomavírus humano (HPV) relacionada ao câncer de orofaringe

  • Ferimentos na boca que não cicatrizam devido a traumatismo crônico provocado por próteses mal adaptadas ou dentes e restaurações fraturadas com bordas cortantes

O câncer de boca também pode estar relacionado com o uso de próteses folgadas. “Próteses mal adaptadas com grampos que provoquem ferimentos leves e constantes, ou ainda, a presença de áreas traumáticas, como restaurações defeituosas e dentes pontiagudos causados por fraturas ou desgaste natural, podem repercutir em lesões crônicas com traumas de baixa intensidade e longa duração e, posteriormente, evoluírem para um câncer de boca”, aponta a especialista em prótese dentária Joseane Vaz, mestre em reabilitação oral pela São Leopoldo Mandic, Campinas/SP.

Cigarro eletrônico também pode causar câncer de boca?

Sim. Apesar de parecer menos prejudicial, os produtos utilizados para produzir o vapor do cigarro eletrônico contêm nicotina e outras substâncias tóxicas que, além de causarem dependência, provocam alterações no DNA das células da boca e do trato respiratório, elevando o risco de desenvolvimento de tumores. Vale lembrar que outros produtos derivados do tabaco, como charuto, cachimbo, fumo de rolo, rapé e narguilé também compartilham dos mesmos riscos”, alerta Joseane Vaz, sócia da CIEB Implantar Saúde.

O câncer de boca tem cura?

Sim. Principalmente se diagnosticado e tratado nas fases iniciais.

As especialistas chamam atenção para a importância de iniciar o tratamento do câncer de boca de forma precoce. “O diagnóstico do câncer em estágio avançado, principalmente quando há a presença de linfonodos no pescoço, pode ocasionar metástases.Por isso, realizar consultas regulares com uma cirurgiã dentista é essencial para a prevenção do câncer de boca, principalmente se você é ou já foi fumante. Durante uma avaliação detalhada, o profissional pode identificar precocemente lesões suspeitas, o que aumenta as chances de sucesso no tratamento”, enfatizam as especialistas Dra. Joseane Vaz e Dra. Taciana Abreu, da CIEB Implantar.

Joseane Vaz é especialista em endodontia e reabilitação oral, que inclui prótese removível, prótese fixa e sobre implantes. Mestre em reabilitação oral pela São Leopoldo Mandic, Campinas/SP.

Taciana Abreu é cirurgiã dentista implantodontista e doutora em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Coordena a residência de cirurgia bucomaxilofacial do Hospital Getúlio Vargas (HGV-PE).

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