Obra “Pollock Cow” do artista Nelson Leirner. Crédito Foto: Pedro Tressi

A CAIXA Cultural Recife será o espaço para a primeira exposição com obras do artista Nelson Leirner após seu falecimento em 2020. A mostra Nelson Leirner: Parque de Diversões fica em cartaz de 12 de setembro a 10 de novembro com 74 trabalhos do artista, entre objetos, pinturas, colagens e outros, com curadoria de Agnaldo Farias. A abertura, no dia 12 de setembro, terá visita guiada com o curador, às 20h.

No dia 13 de setembro, às 16h, Agnaldo Farias também realiza palestra aberta ao público. E no dia 10 de novembro, às 16h, será realizada outra visita guiada, desta vez com Júlia Borges Arana, produtora executiva da Phi, correalizadora da mostra.

Famoso por utilizar meios e mídias pouco tradicionais, Leirner estudou engenharia têxtil e pintura, na década de 1950. O resultado dessa base é a construção de uma história versátil e bem-humorada que estará em evidência nos trabalhos produzidos nos últimos 20 anos da vida de Leirner reunidos nessa exposição, que foi pensada para a CAIXA Cultural.

Foram selecionadas pinturas, fotografias, estatuetas, imagens miniaturas, obras em tapeçaria, técnicas mistas, colagens, releituras da Mona Lisa e objetos onde a ironia dá o tom e que fazem um passeio pelo “parque de diversões” que era a mente de Nelson Leirner, talvez um dos mais versáteis artistas contemporâneos.


Futebol – 24x120x80cm – Técnica mista (2014). Foto Pedro Tressi

Algumas obras da série “Assim é… se lhe parece”, por exemplo, trazem colagens que misturam o universo da Disney com mapas e mundos. Outras obras como “Missa móvel dupla” e “Futebol” são pontos de destaque para que o público observe como o artista respeita o poder dos fetiches religiosos. Além dos interesses espirituais e materiais, perpassados por vetores econômicos e ideológicos: não escapam os brinquedos das crianças, os bonequinhos, os stickers que elas grudam nos cadernos para ornamentar, colecionáveis que assumem uma outra função aos olhos curiosos do visitante frente à aglutinação de elementos.

No desenho curatorial não faltam referências históricas de Leirner com exemplares de séries e ações importantes realizadas nas décadas de 1960 e 1970. “Nosso objetivo aqui é mostrar a obra onívora que se alimenta de aspectos da vida cotidiana, mas não só, também discute a figura do artista – esse homem incomum, esse gênio que as plateias cultuam com uma admiração, como diria o pernambucano Nelson Rodrigues, ‘verdadeiramente abjeta’; discute a natureza da obra de arte – ou aquilo que habitualmente é entendido como sendo arte -; e, por fim, discute a sobredeterminação de ambos pela história, pelo modo como estão enredadas num jogo”, explica o curador. 

Sobre Nelson Leirner:

Nascido em São Paulo em 1932, foi um pioneiro da arte intermídia e uma figura central na vanguarda brasileira. Após residir nos EUA e estudar pintura com Joan Ponç, Leirner se destacou por suas apropriações e performances inovadoras, como a “Exposição-Não-Exposição” e o envio de um porco empalhado ao Salão de Arte Moderna de Brasília.

Fundador do Grupo Rex e premiado na Bienal de Tóquio, incorporou elementos da cultura popular em suas obras e recebeu diversos prêmios, como o APCA de Melhor Exposição Retrospectiva, em 1994, e ampliou sua atuação para design e cinema experimental.  Reconhecido internacionalmente, Leirner fez sua carreira transgredindo desde o princípio, como artista e como professor, responsável pela formação de toda uma geração de artistas.

SERVIÇO:

[Exposição] Nelson Leirner: Parque de Diversões

Local: CAIXA Cultural Recife – Av. Alfredo Lisboa, nº 505, Bairro do Recife
Abertura: Dia 12 de setembro (quinta-feira), às 19h 

Datas: De 13 de setembro a 10 de novembro de 2024

Horário: de terça a sábado, das 10h às 20h, e domingos das 10h às 18h 

(última entrada 15 minutos antes de fechar)

Classificação: Livre

Entrada Franca

Acesso a pessoas com deficiência

Informações: Site CAIXA Cultural / Instagram @ caixaculturalrecife

Realização: Phi + Cinnamon 

Patrocínio: CAIXA e Governo Federal