A Galeria Raquel Arnaud em pareceria com a Galeria Cassia Bomeny participam da 14° edição da ArtRio, que acontece de 25 a 29 de setembro, na Marina da Glória, Rio de Janeiro, com o projeto ‘Muito Além do Jardim’ que reúne um conjunto de obras de Carlos Zilio e homenageia os 80 anos da carreira do artista. Com curadoria de Vanda Klabin, a mostra revela o universo plástico criado pelo artista que investiga elementos da natureza brasileira em suas produções.

Sua produção, que ganha intensidade a partir dos anos 60, foi marcada por um alto teor político durante o período de ditadura militar, para depois passar a se dedicar de forma mais leve ao livre exercício da pintura. A mostra na ArtRio traz obras produzidas entre 1979 e 2018, que passam por diferentes projetos e fases do artista, as pinturas estarão à venda no estande S4, no Pavilhão MAR.

“Na produção pictórica de Carlos Zilio, a paisagem é uma estratégia de tornar algo visível ao pensar a pintura como um espaço crítico de conhecimento, por meio de uma intensa e complexa aproximação entre a natureza e a cultura.” reflete Vanda, que acompanha o artista de perto há décadas, em seu texto curatorial.

Diante do objetivo de falar sobre o Brasil por meio de sua produção, o artista utiliza de forma livre as cores, formatos e elementos da natureza para criar uma leitura única da “brasilidade”. Suas pinturas fizeram parte de algumas das principais correntes da arte contemporânea brasileira do século 20, como a Nova Figuração Brasileira na década de 60 e a arte conceitual nos anos 70.

Sobre o artista

Formado em psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Zilio estudou pintura com Iberê Camargo no Instituto de Belas Artes. Perseguido pela ditadura, mudou-se para a França na década de 1970, onde se doutorou em Artes e pôde ter contato com a produção de importantes artistas de vanguarda, como Paul Cézanne. Retornou ao Brasil na década de 1980, dando prosseguimento a suas pesquisas e participando de inúmeras mostras. Atuou também como professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A produção de Carlos Zilio passou por algumas das principais correntes da segunda metade do século 20, como a Nova Figuração Brasileira, nos anos 1960, e a arte conceitual, nos anos 1970, aliando a preocupação com a ordem e a geometria a um discurso crítico e combativo em relação à Ditadura Militar vigente naqueles anos. Na década de 1980, ao mergulhar em questionamentos sobre a arte de vanguarda e a negação da tradição preconizada por suas correntes, Zilio passa a ter a pintura como objeto principal de pesquisa.

Representado pela Galeria Raquel Arnaud desde 1997, Zilio já participou das exposições “Opinião 66” (Rio de Janeiro, 1966) e “Nova Objetividade Brasileira” (Rio de Janeiro, 1967), que se tornariam marcos da arte brasileira, além de importantes mostras coletivas, como Bienal de São Paulo (1967, 1989 e 2010); Bienal de Paris (1977); Bienal do Mercosul (2005).

Sobre a Galeria Raquel Arnaud

Criada em 1973, com o nome de Gabinete de Artes Gráficas. Com espaços marcantes assinados por arquitetos como Lina Bo Bardi, Ruy Ohtake e Felippe Crescenti, o Gabinete passou por diferentes endereços, como as avenidas Nove de Julho e Brigadeiro Luís Antônio, além do espaço que havia pertencido ao Subdistrito Comercial de Arte, na rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, no qual permaneceu de 1992 a 2011.

A Galeria Raquel Arnaud tem  foco no segmento da abstração geométrica e a atenção especial dada às investigações da arte contemporânea – arte construtiva e cinética, instalações, esculturas, pinturas, desenhos e objetos – perpetuaram a Galeria Raquel Arnaud no Brasil e no exterior, tanto por sua coerência como pela contribuição singular para valorização e consolidação da arte brasileira. Para isso, contribuíram de forma fundamental artistas como Amilcar de Castro, Willys de Castro, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Hércules Barsotti, Waltercio Caldas, Iole de Freitas e Arthur Luiz Piza, entre outros.

Atualmente com sede na rua Fidalga, 125, Vila Madalena, a Galeria Raquel Arnaud representa artistas reconhecidos nacional e internacionalmente – Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Arthur Luiz Piza, Sérvulo Esmeraldo, Iole de Freitas, Maria Carmen Perlingeiro, Carlos Zilio e Tuneu. Os mais jovens atestam a consolidação de novas linguagens contemporâneas – Frida Baranek, Geórgia Kyriakakis, Daniel Feingold, Julio Villani, Célia Euvaldo, Wolfram Ullrich, Elizabeth Jobim, Carla Chaim, Carlos Nunes e Ding Musa.

Raquel Arnaud também fundou o Instituto de Arte Contemporânea (IAC) em 1997, a única instituição no Brasil que coloca a disposição para pesquisa os mais de 100 mil documentos existentes sobre artistas no Brasil e no mundo.

Sobre a Galeria Cassia Bomeny

Inaugurada em 2015, a Galeria Cassia Bomeny desenvolve um programa de exposições voltado a artistas da década de 70 em diante. E promove o colecionismo e a circulação das artes visuais nas esferas públicas e privadas, com constante agenda de exposições, participação nas principais feiras de arte do país e através de apoio a publicações e exposições institucionais.

Com foco em uma pesquisa contemporânea brasileira, a galeria fomenta a produção atual de artistas consagrados, como Antonio Manuel, Carlos Zilio, Eduardo Sued, ao mesmo tempo que incentiva talentos das novas gerações.

Como parte de sua política, cada exposição individual na galeria é acompanhada pela publicação de um catálogo, com o texto crítico de curadores atuantes no mercado, como Fernanda Lopes, Frederico Morais, Tadeu Chiarelli, Vanda Klabin, Felipe Scovino, Paula Borghi, Keyna Eleison, Christiane Laclau e Shannon Botelho.

O projeto da galeria começou com uma individual do artista britânico Damien Hirst e contou com o apoio do curador Fernando Cocchiarale, produzindo trabalhos seriados e reedição de obras históricas de Anna Bella Geiger, Antonio Dias, entre outros.

Serviço

Galeria Raquel Arnaud e Galeria Cassia Bomeny na ArtRio 2024

ArtRio – Pavilhão MAR – Estande S4

Período expositivo: 25 a 29 de setembro

Funcionamento: 14h – 21h

Local: Marina da Glória – Rio de Janeiro/RJ (Av. Infante Dom Henrique, S/N – Glória)

Ingressos: Ingressos entre R$ 40 e R$ 80

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