Foto: COI/David Burnett
37 atletas refugiados disputaram a Olimpíada de Paris, com avanços incríveis de marcas pessoais e conquistas únicas, como a primeira medalha conquistada que reflete o talento e a dedicação destes atletas, quando oportunidades lhes são dadas.
Com a chegada ao fim dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) prestou homenagem à Equipe Olímpica de Refugiados pelas conquistas históricas das últimas duas semanas. A Olimpíada deste ano marcou um triunfo significativo para os refugiados em todo o mundo, contando com a participação da maior equipe de refugiados da história e a primeira medalha conquistada por uma atleta africana da Equipe Olímpica de Refugiados.
Com 37 atletas competindo em 12 esportes diferentes, esta foi a maior equipe de refugiados desde que o Comitê Olímpico Internacional (COI) criou a primeira equipe de refugiados na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Esses atletas, representando 120 milhões de pessoas deslocadas globalmente, mostraram seus talentos, força e determinação no palco mundial, trazendo atenção para as dificuldades e o potencial das pessoas refugiados.
O destaque dos Jogos foi a histórica medalha de bronze de Cindy Ngamba no boxe, conquistada em Roland Garros, no final da competição. A vitória de Ngamba, marcada pela exibição orgulhosa do logotipo EOR (Equipe Olímpica de Refugiados) em seu colete e pela multidão vibrante que gritava seu nome, foi uma conquista monumental para a Equipe Olímpica de Refugiados.
Incrivelmente perto de garantir um lugar no pódio no Stade de France nos 5.000m masculinos, a resiliente performance de Dominic Lokinyomo Lobalu é outro exemplo do que é possível quando refugiados são integrados aos sistemas esportivos dos países anfitriões e recebem oportunidades. No início desta semana, no mesmo estádio e na mesma noite, Perina Lokure Nakang e Jamal Abdelmaji atingiram suas melhores marcas pessoais nos 800m femininos e nos 10.000m masculinos, respectivamente, com a presença de quase 80.000 pessoas aplaudindo enquanto disputavam suas provas.
“Essas performances da recordista Equipe Olímpica de Refugiados são mais do que apenas números e posições”, disse a Vice-Alta Comissária para Refugiados, Kelly T. Clements, que assistiu de perto a equipe competir em Paris.
“(A atleta refugiada) Ngamba fez história, e esta medalha é um testemunho de sua coragem e força dentro e fora do ringue. Ela simboliza o espírito resiliente dos refugiados e o poder do esporte para unir e inspirar. Com o encerramento dos Jogos Olímpicos, que todos nós nos lembremos desta equipe como um símbolo de esperança e unidade”.
A calorosa recepção dada aos atletas refugiados pelo público amante dos esportes, seja nos locais de competição, nos locais públicos de projeção ao redor de Paris ou nos aplausos entusiasmados enquanto a equipe desfilava ao longo do rio Sena durante a Cerimônia de Abertura, demonstrou o amplo apoio que receberam, independentemente dos resultados individuais, mas sim pela superação das suas histórias de vida, de quem foi forçado a abandonar seus países de origem.
“O esporte é uma ferramenta poderosa que protege e ajuda a curar. Esses atletas refugiados superaram imensos desafios, mas seu sucesso é um lembrete ao mundo do que pode ser alcançado quando os refugiados recebem uma mão amiga para perseguir seus sonhos”, disse Clements. “À medida que a Chama Olímpica se apaga aqui em Paris, o legado da Equipe Olímpica de Refugiados continuará a nos inspirar a todos”.
O ACNUR parabeniza todos os atletas da Equipe Olímpica de Refugiados por suas participações e pelas performances notáveis, agradecendo ao COI e a todos os apoiadores e parceiros que torceram pela equipe.
Agora, as atenções se voltam para a Equipe Paralímpica de Refugiados, composta por oito atletas e um corredor-guia, que espera conquistar mais medalhas quando os Jogos Paralímpicos começarem, no dia 28 de agosto.