Com apoio do ACNUR, IFC e BID, pessoas refugiadas são convidadas a participar da Parada do Orgulho LBGT+ de São Paulo, que trará uma refugiada discursando no trio de abertura do maior evento do segmento no mundo
Pessoas refugiadas de diferentes nacionalidades e profissionais da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e da International Finance Corporation (IFC), assim como de organizações parceiras, estarão presentes na celebração da 28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo, a ser realizada no domingo (02/06), a partir das 10h00, na Avenida Paulista.
Como destaque, uma pessoa refugiada LGBTQIA+ que já conquistou a naturalização brasileira representará a comunidade refugiada em seu discurso no trio da abertura da Parada, previsto para acontecer por volta das 11h00.
Tendo como tema da Parada deste ano o “Basta de Negligência e Retrocesso Legislativo – Vote Consciente por direitos da população LGBT+”, a participação de pessoas refugiadas LGBTQIA+ se insere nas discussões de políticas públicas que contemplem também suas reivindicações de forma a ampliar o recorte das diversidades e garantidor dos direitos dessa população.
Em consulta junto as organizações parceiras do ACNUR e outras instituições que atuam na defesa dos direitos LGBTQIA+ de São Paulo, pessoas que foram forçadas a se deslocar em razão de sua identidade de gênero ou orientação sexual serão recepcionadas pelo Representante do ACNUR no Brasil, Davide Torzilli, que também participará do evento. A mensagem que o ACNUR e a IFC levarão para a Parada é “Direitos LGBTQIA+ são Direitos Humanos”, reforçando a necessidade irrestrita de direitos a toda e qualquer pessoa, independentemente de sua identidade de gênero, orientação sexual ou nacionalidade.
As celebrações marcam também os ganhos já conquistados por essa população no Brasil. Como exemplo, em maio de 2023, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), aprovou a adoção de procedimento simplificado para análise de pedidos de refúgio de pessoas LGBTQIA+ provindas de países que aplicam pena de morte ou pena de prisão para gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
Na decisão da então 170ª Reunião Ordinária do Comitê, o Conare reconheceu esta população como grupo social com temor de perseguição que merece a proteção do estado brasileiro por meio do instituto da proteção internacional, tal como definido pelo Estatuto Nacional do Refugiado (Lei nº 9.474, de 1997) e na Convenção da ONU para Refugiados de 1951.
Dias antes das celebrações, a Parada vai realizar no feriado de amanhã a 23ª Feira Cultural da Diversidade LGBT+, que será realizada no Memorial da América Latina, das 10h até as 21h. A Feira também contará com a participação de uma mulher senegalesa que é empreendedora no segmento de moda, agregando com suas coloridas estampas e cortes característicos das roupas africanas produtos que poderão ser provados e adquiridos pelos visitantes.