Os enólogos e amantes do vinho celebram o Dia Internacional do Sauvignon Blanc na primeira sexta-feira de maio, que este ano acontece no terceiro dia do mês. “Os vinhos elaborados com esta variedade de uva são conhecidos por sua vibrante acidez, aromas intensos e notas refrescantes que frequentemente remetem a frutas cítricas, maracujá e ervas frescas”, conta Marina Bufarah de Souza, sommelière da Wine, o maior clube de assinatura de vinhos do mundo.
De corpo leve, aromas expressivos e frescor particular, a casta se encaixa perfeitamente no clima tropical brasileiro e tem tudo para se tornar uma queridinha por aqui. A variedade é originária de Bordeaux, no sudoeste da França, onde se elaboram alguns dos mais conhecidos vinhos secos e doces. Atualmente, os melhores exemplares franceses de Sauvignon Blanc vêm do Vale do Loire, no noroeste do país, com duas renomadas apelações: Pouilly-Fumé e Sancerre.
Trata-se de uma casta bastante elegante e de fácil adaptação, o que faz dela uma das uvas mais plantadas ao redor do globo. Além da França, também é muito cultivada no norte da Itália e no Novo Mundo, se adaptou muito bem nos Estados Unidos, Chile, África do Sul, Argentina e Nova Zelândia, que dá origem a alguns dos melhores e mais exuberantes vinhos Sauvignon Blanc do mundo.
O perfil dos seus vinhos pode variar dependendo do clima. Os exemplares produzidos em climas mais frios tendem a ter acidez vibrante, com notas herbáceas, cítricas e florais, enquanto os elaborados em climas mais quentes podem desenvolver notas de frutas tropicais. No geral, em vinhos jovens, seus principais sabores são maçã verde, limão, maracujá e pêssego. Alguns poucos exemplares podem ser envelhecidos em barricas de carvalho, originando vinhos mais sérios e amendoados.
“O Sauvignon blanc é considerado um dos vinhos brancos mais amigáveis à comida e combina bem com peixes, frutos do mar, aves como frango e peru, saladas frescas e queijos como de Cabra, Brie e Gruyère. Uma dica certeira é combiná-lo com a culinária japonesa, indiana e tailandesa”, explica a especialista.
Uma boa sugestão de degustação é o T.H. [Terroir Hunter] Valle de Leyda Sauvignon Blanc 2021, que exibe todo o potencial desta uva num terroir costeiro do Chile, uma região de clima frio que traz muito frescor, combinado a notas de lima, pimentão verde e toques minerais. O rótulo passa por seis meses sobre suas borras, que são partículas sólidas da bebida, o que soma em complexidade aromática e agrega maior volume à boca.
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Já no hemisfério norte, a uva se destaca na Califórnia, nos Estados Unidos, região que elabora o exemplar Dark Horse Sauvignon Blanc 2020. Neste rótulo, notam-se os aromas tropicais, como maracujá e um toque de pimenta jalapeño, num vinho que expressa liberdade e ousadia. Um fator interessante é que os vinhos Dark Horse pertencem à Gallo, o maior grupo vitivinícola do planeta, reconhecido pela qualidade expressiva e pelas práticas sustentáveis e de preservação da natureza
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Além dos vinhos tradicionalmente secos, essa casta origina incríveis vinhos doces, que equilibram perfeitamente frescor e doçura, sem se tornarem demasiado enjoativos. Nesse perfil, uma boa indicação é o argentino Portillo Valle de Uco Sauvignon Blanc Dulce Natural 2022, uma versão aromática e refrescante, com notas de toranja e pêssego, que combinam com momentos leves e descontraídos, petiscos e sobremesas com frutas, além de ser adequado para veganos. Com vinhedos a mais de mil metros de altitude, a vinícola no Vale do Uco trabalha apenas com gravidade, com foco no manejo delicado da fruta, para obtenção de sua máxima expressão neste terroir.