De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação, o Brasil possui cerca de 500 mil pessoas amputadas. Essas amputações têm diversas causas, sendo a mais recorrente a sequela de diabetes, seguida por acidentes de trânsito e trabalhista, segundo o IBGE. Uma outra causa bastante recorrente é a amputação em pacientes com câncer ósseo.
Durante o mês de abril, a Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec) promove a campanha Abril Laranja para a conscientização e prevenção das causas recorrentes de amputações. Aqui em Pernambuco, será a primeira vez que a data será comemorada oficialmente. Um projeto de Lei de autoria do deputado estadual Kaio Maniçoba foi aprovado e sancionado pela governadora Raquel Lyra em agosto do ano passado para chamar a atenção para as formas de prevenção e tratamento das amputações.
De acordo com os médicos, o diagnóstico precoce pode ser um grande aliado no tratamento. O Abril Laranja é fundamental para esclarecer que o processo de amputação não impede o paciente de seguir uma vida plena e feliz. Pessoas com qualquer tipo de deficiência encontram apoio material e de adaptação pelo SUS, o Sistema Único de Saúde. Os interessados em órteses, próteses ou meios auxiliares de locomoção, por exemplo, precisam em primeiro lugar procurar atendimento em uma unidade básica de saúde.
Em seguida, esse paciente vai ser encaminhado para um centro especializado em reabilitação. O fisioterapeuta Tiago Bessa, especialista em reabilitação à frente da Clínica Ortopedia Boa Viagem, alerta para os cuidados com a pele e feridas no paciente amputado, as funcionalidades pós-amputação, adaptações no lar e atividades de vida diária pós-amputação. “Amputação causada pela diabetes ou decorrente de traumas e infecções são comuns, por isso, é necessário ressaltar a alta reincidência de amputação e os cuidados para evitá-la”, explicou Tiago.
O fisioterapeuta alerta também sobre a necessidade de um apoio psicológico. “O medo da dependência funcional enfrentado por muitos pacientes amputados pode gerar uma série de problemas psicológicos”, comenta Tiago. E o trabalho de reabilitação envolve várias áreas, justamente para trazer o paciente de volta a uma vida mais próxima do normal possível.