A recuperação da economia está animando lojistas e consumidores, e muitos vão antecipar suas compras de Natal
A Codeby realizou recentemente um estudo sobre as expectativas de consumo para a Black Friday 2021, com objetivo de compreender melhor quais são as tendências que se apresentam no varejo atualmente. Uma das principais constatações do estudo foi a grande tendência de antecipação de compras de Natal para a Black Friday. Os dados vão ao encontro de recente pesquisa da Conversion, que mostra, entre outros números, que 86,04% dos consumidores assumiram usar a Black Friday para garantir os presentes de final de ano.
“Isso pode causar uma certa ansiedade nos lojistas, que podem pensar que a Black Friday diminui as vendas do Natal. Afinal de contas, são datas próximas. Mas, na verdade, não tem relação uma coisa com a outra, por isso, é importante que o lojista repense suas estratégias. Cada data de varejo, principalmente no fim do ano, mostra diferenças importantes nos hábitos de consumo das pessoas, e o Natal segue firme e forte.”, alerta o CEO da Codeby, startup de tecnologia, Fellipe Guimarães.
Ele ainda afirma que “a tendência observada por nosso estudo é que a Black Friday deste ano demonstra a intenção do consumidor de antecipar compras para o Natal. Isso não retira completamente da Black Friday as suas características principais, que é a tendência das pessoas fazerem compras para si mesmas ou para sua casa, com um tíquete médio alto. No Natal as compras são, geralmente, para os outros, e presentes mais pessoais. O valor médio também cai um pouco, pois é a época da famosa lembrancinha para parentes, amigos e colegas de trabalho. Portanto, não vejo razão para temores. Uma data ajuda a outra.”
Logo depois da Black Friday temos a Cyber Monday, segunda-feira com ofertas no campo da tecnologia e dos serviços. Em uma pesquisa do Google, 48% dos entrevistados afirmaram que pretendem usar o 13º salário para organizar suas finanças pessoais. Ou seja, se considerarmos que cerca de 83 milhões de pessoas recebem o benefício, isso seria equivalente a 31 milhões de consumidores.
“A antecipação de compras do Natal para a Black Friday dialoga com esta conclusão do Google. Ao organizar as finanças e planejar o gasto do 13º salário, o consumidor passa a pesquisar mais e descobrir lojas e e-commerces novos. Fica bom para todo mundo.” conclui Fellipe Guimarães.
Em um estudo Inteligência de mercado Globo sobre a retomada do consumo 2021, cita algumas características do contexto em 2021, salientando o aquecimento de alguns setores que estão voltando a crescer e mais as categorias competindo pelo bolso do consumidor. A mudança de cenário também pede revisão nas estratégias, já que a tendência é que exista maior competitividade, principalmente no meio online após a transformação digital de tantas marcas.
A sofisticação do ambiente e a necessidade de diferenciação fará com que muitas empresas recorram à tecnologia para fornecer experiências únicas e inovadoras, bem como unificar canais. Além disso, as empresas precisarão reinventar a comunicação uma vez que tudo está diferente, inclusive o comportamento dos consumidores.
Ouvimos Silvia Barboza, diretora da La Femme Calçados Femininos, a respeito desse cenário. Ela concorda com a expectativa demonstrada pelo estudo: “Há muita oportunidade nesse cenário. Praticamente setenta por cento das compras da Black Friday ocorrem online. No Natal essa demanda pelo digital cai para menos da metade. Com o relaxamento das restrições impostas pela pandemia, a gente observa que o crescimento de vendas poderá estar tanto no digital quanto no físico. A La Femme está bem nesse campo pois temos nossa operação de loja física e o e-commerce de alcance nacional.”, diz com otimismo.
Luiz Henrique Aquino, CEO da TAG2U, pontua algumas questões interessantes sobre as duas datas e a proximidade entre elas: “Nós sempre achamos plenamente perceptível as diferenças entre as datas e achamos que uma não prejudica diretamente o desempenho da outra e que existe espaço para ambas. Principalmente para as empresas como a nossa, que tem um negócio que dialoga diretamente com a dor do consumidor médio hoje, que é a escassez de recursos.”
Ele complementa a informação explicando a posição da TAG2U: “Final de ano é período de reforma em casas, escritórios e de renovação nos negócios. E tudo isso em meio a uma crise econômica. Como oferecemos aos nossos clientes a possibilidade de fazer isso com preços mais baixos e ajudando a natureza, ficamos otimistas com essas datas comerciais. Parece uma combinação salutar de ocasiões. Combina com o cenário.”, complementa.
Consumidor e empresário mais confiantes, apesar do cenário difícil. Avanço da vacinação e queda das restrições. Mais contratações, 13o salário injetando sangue novo na economia. Maior costume do consumidor brasileiro em comprar via internet. Tudo parece conspirar para uma alta do varejo nos últimos meses do ano, apesar da alta da inflação.