Público de pessoas com deficiência aprova as medidas de acessibilidade do festival e curte todos os polos da programação.

O 31º Festival de Inverno de Garanhuns foi feito para que todo mundo possa curtir as atrações do evento, tanto é que as medidas de acessibilidade estão funcionando a todo vapor desde o primeiro dia. A programação tem atividades em mais de 20 polos, cuja estrutura foi planejada com muitas rampas para facilitar o acesso de pessoas com limitação física, além de contar com intérpretes de libras, para pessoas com deficiência auditiva, e recursos de audiodescrição, para pessoas com deficiência visual.

O Polo Mestre Dominguinhos, por exemplo, conta com o Camarote da Acessibilidade, que reúne todas essas medidas, buscando garantir a participação do público com deficiência em todas as atividades do FIG, inclusive os grandes shows. Neste ano, o espaço fica próximo ao palco, para quem estiver por lá assistir bem às apresentações sem esforço. “A novidade é que este ano o Camarote da Acessibilidade tem audiodescrição. É importante que tenha esse recurso como ferramenta de inclusão para a interação do público com deficiência, para que eles participem e tenham compreensão do espetáculo. Na audiodescrição damos todas as informações, como a maneira que o público o está reagindo, o suspense que se cria no espetáculo, o momento exato da piada, como os artistas se comportam no palco, como estão vestidos, tudo isso faz parte”, explica a audiodescritora Silvia Albuquerque, que está atuando no FIG.

Integrante do Conselho Municipal da Pessoa Com Deficiência, a garanhuense Camila Marques tem deficiência visual e aprova o trabalho realizado para incluir pessoas que têm a sua condição no FIG. “A experiência no festival está sendo muito proveitosa, as medidas de acessibilidade estão ótimas. Foi uma grande conquista pra gente ter audiodescrição no Camarote da Acessibilidade, agora estou aproveitando tudo, desde os shows da noite, até outros polos, como os de circo, teatro, cinema e a Praça da Palavra. Estou gostando muito”, comemora. Os intérpretes de libras que podem ser vistos nos palcos de shows e espetáculos e nas demais atividades, que vão desde visitação a museus a oficinas, também fazem o papel de traduzir o ambiente e o que está sendo dito para as pessoas com deficiência auditiva. 

Aqueles que possuem limitações físicas e precisam se deslocar com cadeiras de rodas e bengalas também estão vivendo uma experiência positiva do 31º FIG. “Geralmente temos dificuldade de acesso nos eventos, mas aqui está muito bom! Estou achando ótimo passear para ver a programação, vale a pena vir pro FIG, porque a gente também aproveita bastante, cada um na sua condição”, comentou a aposentada Eliane Marciano, que é cadeirante, durante um passeio pelos polos que estão no Parque Euclides Dourado. 

A pedagoga Dida Duque, também cadeirante, veio do Recife e não se arrependeu. “O Camarote da Acessibilidade garante que a pessoa com deficiência tenha a dignidade de acompanhar o show com segurança e bem pertinho do palco. É muito importante que a gente continue nessa luta por cultura com acessibilidade, porque nós também gostamos de festa!”, destacou ela. O camarote conta com 60 vagas e os interessados devem agendar a sua presença no local através da Prefeitura de Garanhuns. 

Promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com investimento de R$ 10,8 milhões, o FIG 2023 reforçou a valorização do artista pernambucano, que compõe os 20 polos do festival, que prossegue até o próximo dia 31. São 398 atrações culturais. Desse total, 89,70% (357) selecionados pela convocatória são pernambucanos; e 10,30% (41) são de outros estados.