A cantora e multi-instrumentista pernambucana Bia Villa-Chan será agraciada com o Troféu Gonzagão, chamado de “Oscar da música nordestina”, nesta quarta-feira, em Campina Grande (PB), em festa dedicada a Jackson do Pandeiro e com homenagens a Fagner, Alcymar Monteiro, Silvério Pessoa e Biliu de Campina.

Ela será condecorada, segundo o Instituto Intercultural Brasil (Inbra), organizador da premiação, em “reconhecimento à sua extraordinária performance musical, demonstrando todo o seu talento, carisma e uma maturidade impecável como instrumentista”. 
Bia tem se destacado na cena artística nordestina. Venceu o Prêmio da Música Pernambucana de 2018 na categoria Melhor Cantora de MPB, gravou Pirata de José com Alceu Valença, autor da música, foi sensação do carnaval recifense ao arrastar trio no Galo da Madrugada e estreou nos palcos cariocas.
O tributo antecede em poucos dias o lançamento do mais novo single da cantora, Vida Boa, de Fausto Nilo e Armandinho Macêdo, com participação da guitarra baiana do próprio Armandinho, um dos integrantes originais da lendária A Cor do Som. A música é uma das composições do EP Girassons. O disco tem ainda Pirata José e outras duas releituras: Duda no Frevo, de Senô, e Feira de Mangaio, de Sivuca e Glorinha Gadelha. E três inéditas: Aldeia, de Nosly Marinho e Zeca Baleiro, Rumo do Céu e do Mar, de Edinho Queiroz, Dom Tronxo, Marcondes Savio e Gilvandro Filho, e Morena Jambé, de Don Tronxo, Edinho Queiroz e Marcondes Savio, também com participação de Armandinho Macêdo. TRAJETÓRIA

Despontando como um dos nomes promissores do mercado nacional, a veia artística de Bia tornou-se visível ainda na mocidade, quando acompanhava o avô, o músico Heitor Villa-Chan, tocar bandolim em sua casa. Carregando na memória toda a ligação afetiva com os sons, a artista agrega em seu currículo a formação em violão clássico no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O bandolim não é o único instrumento que domina. Ela também toca guitarra, contrabaixo, bateria, clarinete, sax, piano. De fato, uma multi-instrumentista.

“Fui inserida neste universo pelo meu avô, minha maior referência. Era grande apreciador da música instrumental, ouvia e tocava músicas de alta complexidade técnica. E foi com ele que dei meus primeiros passos, tirando as notas por meio da observação das interpretações primorosas dele”, comenta Bia.

Em 2018, a artista deu um dos mais importantes passos em sua carreira, quando gravou seu primeiro EP, intitulado Pedacinho de Mim. O trabalho contava com seis faixas, sendo elas: a homônima Pedacinho de Mim, A Viagem, Amálgama, Bossa Pra Bia, Perdida; e Recife Nagô. A obra conta com a direção musical de Cesar Michiles e composições de Jota Michiles, Daniel Bruno, Marco Mirti e Antônio Siqueira Campos. O álbum está disponível para download e reprodução nas plataformas digitais Spotify e Deezer. 

“Este disco é o primeiro trabalho que, de fato, externou minha arte e quem sou, cumprindo muito bem a missão de um sonho acalentado há anos. Mostrá-lo ao público foi uma realização imensurável”, considera a cantora.