O escritor Paulo Costa tem um olhar que encontra surpresas no cotidiano. Uma praia ou janela de apartamento revelam alegrias ou dores do fundo da alma. A prosódia, a palavra que tem sonoridade, música ecoando dos versos. A crítica ambiental, social e urbana se intercala com a contemplação de uma onda quebrando na praia ou com as águas do rio Capibaribe. Riso frente ao trágico para superá-lo. Como diz o texto em uma das orelhas do seu novo livro, “Sorrir é revolucionário na (re) construção de sonhos.”

Assim, Paulo Costa tece seus poemas. Reunidos em seu novo livro, “Versos putos”, que será lançado oficialmente no Recife, com sessão de autógrafos, nesta quinta-feira (6), a partir das 19h, no Bar Central. Na obra, semelhante a um menino ou a um puto – como em Portugal se chamam os moleques –, Paulo constrói poemas curtos, leves, rápidos e irreverentes. E que, ao mesmo tempo, fazem o leitor refletir. Ou simplesmente sorrir.

Este é o quinto livro de Paulo Costa, que na obra, retoma a poesia, depois da publicação de três romances. Sua trajetória editorial começa em 2000 com o “triller” policial ambientado no movimento Mangue, “Balada para uma serpente” (Edições Bagaço/PE).

“Versos putos despertou em mim uma forma de expressão que pensei ter esquecido, lá no tempo do Curso Científico (atual Ensino Médio). A poesia foi minha primeira linguagem literária que há muito não vinha à tona. Achei que o poema tinha adormecido com a adolescência. De repente, acordou instigado”, revela o escritor.

O premiado escritor mineiro, Sergio Fantini, diz na apresentação de Versos putos, “Como anunciava Nicolas Behr, nos anos 1980, ‘estes são poemas-minuto para serem lidos em segundos e pensados por horas’. Entre uma velejante imagem marítima e um copo de cerveja, há alguém se afogando (num dos dois); espiando entre piadas e hai-kais, a ponta da lança do cidadão consciente do seu lugar e do seu tempo: lascas de análises políticas e sociais. Sim, é um livro curto, mas vai te cutucar por muito tempo.”

Um dos poemas traduz bem a linguagem rápida, lúdica e crítica: Prédios com véu / Luto cínico / Pela morte do céu.

A edição tem o design arrojado da Jovens Escribas, do Rio Grande Norte. Pela mesma editora, Paulo também publicou os romances “Estação silêncio” e “A prata das pétalas”. O autor também fará lançamentos de Versos putos em João Pessoa e Natal.

Serviço:

Lançamento Versos putos

Onde: Bar Central (Rua Mamede Simões, Sto Amaro, Recife)

Quando: Quinta-feira, 6 de dezembro

Horário: A partir das 19h

Preço: R$ 30,00.