Cerca de 30% das mulheres podem apresentar a doença durante a gestação

 Na gravidez é observado modificações no corpo da mulher decorrentes de alterações hormonais presentes durante os nove meses de gestação. A exemplo, temos a rinite gestacional, que se caracteriza por obstrução nasal nas últimas seis ou mais semanas de gestação e tem sua resolução completa em poucos dias após o parto.
De acordo com a otorrino do Núcleo de Rinite, Dra. Milena Wanderley, a rinite gestacional é uma condição relativamente comum, já que pode atingir 30% das gestantes, mas ainda é pouco discutida. “A doença vem ganhando importância nos últimos anos, devido aos estudos mostrarem sua associação com roncos, síndrome de apneia obstrutiva do sono, hipertensão gestacional, pré-eclampsia, retardo de crescimento intrauterino e menores escores de apgar em recém nascidos”, explica.

É importante diferenciar a rinite “durante a gestação” da rinite gestacional propriamente dita. A rinite durante a gestação é uma entidade que inclui todos tipos de rinite – alérgica, medicamentosa, entre outras -, as quais estariam presentes antes, durante e após a gestação.Já a rinite gestacional, é definida como obstrução nasal que não estava presente antes da gravidez, ocorrendo tipicamente no segundo ou terceiro trimestre de gestação, com duração igual ou superior a seis semanas, sem outros sinais de causas alérgicas ou infecciosas das vias aéreas superiores e com resolução completa dos sintomas em até duas semanas após o parto.

Ainda de acordo com a Dra. Milena, o diagnóstico é clínico e tem como principal diferencial a rinite alérgica. Enquanto na rinite gestacional o principal sintoma é o nariz entupido -não presente antes da gestação -, na rinite alérgica observamos coriza, espirros , coceira no nariz, além da congestão. “Nesses casos, a gestante deve evitar o uso de qualquer medicação sem prescrição médica, por causa dos riscos de malformações fetais, principalmente, nos três primeiros meses de gestação”, alerta.

Para minimizar os sintomas, é recomentado exercícios físicos, elevação da cabeceira da cama em 30 a 40 graus, além da lavagem nasal com soro fisiológico. O uso de medicações para qualquer tipo de rinite deve ser sempre avaliada de forma individualizada para cada paciente pelo seu otorrino e obstetra. “Gotas nasais descongestionantes devem ser evitadas, pois podem causar rinite medicamentosa e ainda prejudicar a saúde do bebê”, conclui.

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