O encontro vai reunir atrações artísticas e culturais e também poder público e sociedade civil para discutir ações no Combate ao Racismo Institucional

Manifestações culturais, dança, capoeira, música, palestras e debates sobre equidade racial, darão o tom da terceira edição do Projeto Cirandas das Pretas – encontro anual que discute o Combate ao Racismo Institucional. O evento deste ano, acontece na próxima quinta e sexta-feira, 21 e 22 de julho, no auditório da OAB-PE, na Rua do Imperador, das 14h às 20h, e é aberto ao público.  
Depois de dois anos com encontros online, o Ciranda das Pretas 2022 acontece, finalmente, de forma presencial, numa realização conjunta de organizações comandadas por mulheres negras, como: a Abayomi Juristas Negras, Abayomi Hub, Selo Juristas Negras, a Comissão de Igualdade Racial, a Comissão da Verdade Sobre a Escravidão Negra e a Comissão da Segurança Pública da OAB-PE, e o Enquanto Isso em Wakanda.  
O tema do Cirandas das Pretas deste ano é Segurança Pública e Genocídio da População Negra e tem como objetivo reunir, tanto o poder público – para que compreenda e se sensibilize com as diversas temáticas que serão abordadas na ocasião, como também especialistas de diferentes áreas para discutir o âmago do problema racial na segurança pública. Tudo isso fazendo uso de expressões e linguagens culturais diversas.  
“O mês de julho é o mês da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e é um período que reservamos para dar ênfase à nossa luta de combate ao racismo e a discriminação de gênero. Durante todo o mês realizamos várias atividades com a temática e culminamos com o Ciranda das Pretas, de onde sai uma carta aberta, que será entregue ao poder público e iniciativas privadas, para promoção da equidade racial”, explica Débora Gonçalves, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-PE.  
PROGRAMAÇÂO – A programação do Ciranda busca dar relevância à temática de maneira a ter um impacto cada vez maior na sociedade, evidenciando o protagonismo da mulher negra nessa luta pela vida e pela liberdade. “Essa é uma forma de darmos continuidade aos passos que nos antecederam e de honrar figuras como as de Esperança Garcia, Nzinga, Dandara dos Palmares, Aqualtune, Tereza de Benguela, Agontimé, Zacimba Gamba, Anastácia, Eva Maria do Bonsucesso, Acotirene, Luisa Mahin, Zeferina e tantas outras cujos nomes foram apagados da nossa história, mas que vivem em potência em cada uma de nós”, conta Chiara Ramos, da Abayomi Juristas Negras.
Dia 21:
A conferência de abertura da programação do Ciranda das Pretas, será feira por Drª. Eunice Prudente, secretária de Justiça de São Paulo. Após a abertura, haverá um momento reservado para uma intervenção poética, seguido pois dois painéis discursivos: Necropolítica como meio de dizimação da população negra e Racismo ambiental como política governamental.  Finalizado os painéis, mais uma atração artística, desta vez com a apresentação de um grupo de Passinho, estilo de dança urbana, muito presente entre os jovens negros. Após a dança, mais dois painéis: Feminicídio Negro e Ideias Transformadoras.
Dia 22:
O segundo dia do Ciranda das Pretas, será aberto com uma apresentação artística do grupo Enquanto Isso em Wakanda – selo produtor afrofuturista. Após a manifestação, terão início os painéis discursivos: Combate ao Racismo Institucional e (In)segurança Pública. Às 15h50 está marcado uma apresentação e Capoeira e em seguida, outra temática: Políticas Públicas como ferramenta de combate a violência doméstica e genocídio negro. Para finalizar a programação, haverá a entrega da Medalha Esperança Garcia, que será dada às presentes: Bernadete Lopes, Eunice Prudente e Ya Wanda D’ Omulù. Por fim, roda de samba com xxxx.
Os interessados em participar do Ciranda das Pretas 2022, podem se inscrever pelo link: https://esape.com.br/cursos/ver/dias-21-e-22-07-ciranda-das-pretas-encontro-da-advocacia-negra-de-pernambuco

Abayomi – A Abayomi Juristas Negras é uma coletiva de afroempreendedorismo social cuja missão é combater estrategicamente o racismo estrutural, ofertando capacitação, aperfeiçoamento, empoderamento e treinamento de alta qualidade a baixo custo, de forma a criar condições efetivas de inclusão da população negra em espaços de poder e saber, com foco na ocupação de cargos nos órgãos que compõem o Sistema de Justiça Brasileiro.