Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) orienta sobre precauções a serem tomadas nessa estação do ano
 

Conhecida como a estação das flores, a primavera também é marcada pela prevalência de alergias sazonais, segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Sintomas como espirros, obstrução nasal, tosse, coriza e coceira no nariz e nos olhos, se tornam frequentes nesse período.

“Quadros de alergias respiratórias costumam mudar com a troca das estações, devido às variações de temperatura, umidade, pressão atmosférica, ventos. Depois do outono e inverno, a primavera é a terceira estação com maior intensidade desses problemas”, explica Dr. Olavo Mion, membro do Departamento de Alergia da ABORL-CCF.

Nesse período, há aumento da concentração de pólen do ar, liberado das flores e das gramíneas e dispersado pelo vento, uma situação que acaba afetando as mucosas e vias aéreas, sendo capaz de desencadear crises de rinite alérgica, asma e conjuntivite, por exemplo.
 

Indícios recorrentes da rinite são coceira no nariz, corrimento nasal excessivo e obstrução nasal. Além de impactar o bem-estar do paciente.“A rinite alérgica não controlada ou não tratada prejudica o sono, o trabalho, o desempenho escolar, o esporte e toda a qualidade de vida do indivíduo é afetada” explica o Dr. Renato Roithmann, presidente da ABORL-CCF.

Já a conjuntivite pode estar associada com prurido nos olhos, hiperemia (aumento da quantidade de sangue circulante) nos olhos e lacrimejamento. “A rinite alérgica e a conjuntivite também podem estar relacionadas à asma, que é um quadro pulmonar muitas vezes alérgico com sintomas como falta de ar ou dificuldade de respirar (dispneia), tosse e chiado no peito”, especifica Olavo.
 

Prevenção e cuidados

A ABORL-CCF orienta para a adoção de cuidados, a fim de que a saúde não seja impactada com alergias típicas dessa estação. A melhor forma de prevenção é evitar o contato com as substâncias que desencadeiam esse problema.
 

“Se o indivíduo tem alergia a ácaros, não deve ter contato com poeira domiciliar. Se tem alergia a pólen, precisa evitar a exposição a esse agente nessa época da polinização. Evitar ambientes com fumaça, ou contato com cigarro, também auxilia na prevenção”, esclarece Mion.

Outra dica é fazer a lavagem nasal com soluções fisiológicas visando a remoção de agentes que irritam a mucosa interna do nariz. “Mas esse procedimento deve ser feito com orientação e acompanhamento médico, para que o método ou a medicação sejam adaptados conforme a condição clínica do paciente”, alerta Roithmann. Medicamentos específicos podem controlar e prevenir o aparecimento dos sintomas.
 

A ABORL-CCF ainda indica outros cuidados que podem ajudar a evitar as alergias típicas na Primavera:

– Mantenha as janelas de casa fechadas para evitar a entrada do pólen, principalmente no período da manhã. Mas é importante abri-las ao menos um pouco, uma vez por dia, para arejar o ambiente;
 

– Evite exercícios físicos pela manhã, pois a disseminação de pólen é maior neste período;

– O uso de óculos de sol ajuda a diminuir o contato dos olhos com o pólen;

– Ao lavar as roupas, evite deixá-las secando próximo a árvores ou canteiros de flores, pois o pólen suspenso pode se acumular nos tecidos.
 

– É importante limpar bem o filtro do ar-condicionado e fazer manutenção constante no aparelho;
 

– Animais de estimação também podem trazer o pólen no pelo. Evite deixá-los no quarto e mantenha frequentes os banhos dos pets.

– Mantenha os ambientes domiciliar e de trabalho sempre limpos. Prefira higienizar com pano úmido e evite varrer ou aspirar o chão, pois isso favorece que a poeira se espalhe no ar.
 

– Ao passar muito tempo ao ar livre, procure tomar banho e lavar os cabelos, pois o pólen adere ao corpo e nos fios.

“É importante consultar um médico para o correto diagnóstico e tratamento individualizado, além de alinhamento das medidas de prevenção. Evite a automedicação, principalmente, descongestionantes nasais que podem proporcionar alívio num primeiro momento, mas que, usados de forma indiscriminada, podem causar dependência”, finaliza Dr. Mion.

Sobre a ABORL-CCF

Com mais de 70 anos de atuação entre Federação, Sociedade e Associação, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Departamento de Otorrinolaringologia da Associação Médica Brasileira (AMB), promove o desenvolvimento da especialidade através de seus cursos, congressos, projetos de educação médica e intercâmbios científicos, entre outras entidades nacionais e internacionais. Busca também a defesa da especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.600 otorrinolaringologistas em todo o país.