Mês é dedicado à conscientização da doença e ao incentivo à doação de medula óssea

Desde a notícia do diagnóstico de leucemia ao tratamento, é muito importante que o atendimento multidisciplinar aconteça para oferecer apoio e melhores alternativas ao paciente. Por isso, com o objetivo de falar sobre o tema e trazer informações relevantes, Fevereiro Laranja vem para alertar sobre a doença, que ainda é considerada rara, mas merece atenção.

“Todas as iniciativas são voltadas para que a população conheça e fale sobre a condição, além de tentar buscar maneiras de detecção precoce, sempre com o auxílio de movimentos e profissionais da saúde”, explica Lorena Costa, hematologista da Multihemo Oncoclínicas.

Mesmo sem sintomas, é possível que a neoplasia seja detectada por alterações no hemograma. Contudo, o grande número de leucócitos (células de defesa) doentes pode acabar causando infecções, fazendo com que eles passem a não funcionar adequadamente.

Além disso, a alta proliferação celular reprime as atividades das demais células da medula óssea e os pacientes passam a ter queixas anêmicas (palidez e cansaço fácil) e sangramentos. Diante dos sintomas persistentes, deve-se procurar um hematologista para avaliação e diagnóstico correto.

TIPOS DE LEUCEMIA

Sob a denominação de Leucemia se encontram diversos tipos de cânceres da medula óssea (“fábrica do sangue”). Em linhas gerais, dividimos as leucemias em agudas e crônicas, sendo as primeiras representadas pelo aumento rápido da produção de células jovens na medula óssea e as segundas pela perda da capacidade das células de morrer.

“Em todas as situações, a produção sanguínea começa a funcionar de modo anormal, com células em grande número que não funcionam bem e ainda reprimem a produção das demais células produzidas pela medula como as hemácias e as plaquetas”, explica Lorena.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é sempre possível desde que haja suspeita clínica e muita atenção aos exames laboratoriais, mesmo de pacientes completamente assintomáticos. “Com o hemograma é possível suspeitar ou mesmo selar o diagnóstico de leucemia. Contudo, na maioria das situações, mesmo com o hemograma definidor é necessário checar a medula óssea, para que se esclareça qual o tipo específico e a classificação da doença em relação aos riscos de recaídas. Exames como mielograma, imunofenotipagem, cariótipo, biologia molecular e biópsia de medula óssea são essenciais para diagnosticar e para o planejamento da terapia”, afirma a hematologista da Multihemo Oncoclínicas, Dahra Teles.

TRATAMENTOS

Dependendo do tipo de leucemia (leucemia aguda mielóide ou linfóide ou leucemia crônica mielóide ou linfoide), da idade e estado clínico do paciente há, atualmente, diversos métodos eficazes de tratamento. Eles variam entre quimioterapias intravenosas, mais populares ou conhecidas, quimioterapias orais e medicamentos subcutâneos e transplante de medula óssea, que ainda é a única perspectiva de cura para alguns tipos de leucemias, principalmente as agudas.

PERSPECTIVAS

Hoje, um novo cenário se desenha em relação às leucemias, tanto em termos epidemiológicos, como de terapia. Em relação à melhoria das tecnologias associadas ao tratamento e suporte terapêutico, muitos pacientes retornam à vida normal e às atividades do dia a dia.

Com o envelhecimento da população, é importante ressaltar que o número de casos novos de leucemias tem aumentado. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas em 2020 foram diagnosticados 10.810 casos de leucemia no país, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. Já em relação ao ano anterior, o número total teve uma alta de 31,80% – em 2019 foram 7.370 casos da doença.

Assim, as leucemias, antes tratadas ou contabilizadas como doenças raras, passam a ser cada vez mais incidentes e prevalentes, o que aumenta sua complexidade e a importância do cuidado, além da necessidade de haver mais doadores inscritos nos bancos de medula óssea.

DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA

A doação de medula óssea, muitas vezes, é fundamental para o tratamento da leucemia. O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) conta com 5.475.001 doadores cadastrados no órgão e cerca de 650 pacientes em busca de doadores não aparentados. O Brasil tem o 3° maior banco de doadores de medula óssea no mundo, graças às campanhas frequentes e a união da sociedade.