Mononucleose pode ser transmitida pela troca de saliva entre pessoas

Janeiro é época de festas de verão, músicas, bloquinhos de rua e, naturalmente, beijos. O problema é que esse tipo recorrente de ato pode acarretar em problemas de saúde, segundo alerta o odontólogo Carlos Rodriguez. A mononucleose, por exemplo, também conhecida como “Doença do beijo”, pode ser transmitida pelo contato entre salivas.

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, a mononucleose é uma síndrome infecciosa causada pelo Vírus Epstein-Barr, da família Herpesviridae, e afeta principalmente pessoas com idade entre 15 e 25 anos.

De acordo com Rodriguez, os sintomas apresentados por quem contrai a enfermidade são, na maior parte das vezes, febre alta de alguns dias ou até de mais de uma semana, dor de garganta, falta de ar, cansaço e tosse.

O odontólogo também comenta que, apesar de ser conhecida como “Doença do beijo”, este tipo de contato não é o único modo de se contrair a infecção. “Nós também podemos ser atingidos na mucosa oral ou nasal por perdigotos, que são micro partículas de saliva no ar, lançadas por tosses ou espirros”, conta.

Outro fato relatado pelo odontólogo é que a infecção aguda, junto com o risco de passar a doença adiante, ocorre apenas uma vez, mas os sintomas podem aparecer eventualmente quando a pessoa apresenta imunidade baixa.

O profissional afirma que não há um tratamento antiviral específico para o Vírus Epstein-Barr e que a medicação passada por um infectologista é feita com base nos sintomas. “São usados antitérmicos para a febre e analgésicos. No caso de um quadro muito grave, podem ser usados corticoides, que são anti-inflamatórios.” Ele completa que os sintomas da mononucleose podem se confundir com faringites bacterianas, sendo feito o diagnóstico diferencial e confirmando a faringite , o tratamento é a base de antibióticos.

Devido à mononucleose ser uma doença que tem a boca como um dos principais canais de transmissão, há quem a confunda com outra enfermidade, o herpes tipo 1. Carlos ressalta que o Epstein-Barr também é um tipo de herpes vírus, ou seja, ambos não são completamente eliminados do corpo. “Tirando esse fato, eles são bem diferentes. O herpes tipo 1 é transmitido apenas pelo contato”, explica Carlos Rodriguez.

Ainda de acordo com o profissional, o surgimento de casos de mononucleose infecciosa costuma ser maior após a realização de grandes eventos. “Vale lembrar que essa não é uma doença nova. Ela é observada com mais frequência principalmente depois do Réveillon e do Carnaval, por exemplo”, finaliza Rodriguez.