Mais de 700 mil casos de cegueira decorrentes de doenças no Brasil poderiam ter sido tratados.

Outubro também é mês de acender o alerta sobre as doenças oculares. Muitas vezes silenciosas, essas doenças podem provocar progressivas perdas visuais, e até cegueira. É o caso da catarata e do glaucoma. De acordo com a Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), 80% dos casos de glaucoma não apresentam sintomas no início da doença. Já a catarata é responsável por 48% dos casos de cegueira no país, surgindo cerca de 550 mil novos casos por ano.

Hoje, no Brasil, há mais de 1,2 milhão de cegos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 60% e 80% dos casos de cegueira são evitáveis e/ou tratáveis. Isso significa que quase 700 mil brasileiros que são cegos poderiam estar enxergando se tivessem recebido tratamento adequado e em tempo adequado.

O cirurgião e oftalmologista Heraldo Martins de Sá explica que cerca de 25% das pessoas que atinge os 50 anos de idade já são portadoras de glaucoma e que, na maioria das vezes, são pacientes que já possuem antecedentes familiares com a doença. “O endurecimento do cristalino faz com que as pessoas após os 40 anos de idade percam gradativamente a visão de perto, é a chamada vista cansada. Em muitos pacientes em que o cristalino fica mais rígido ele também ganha mais volume. É esse aumento de volume que, em vários pacientes, dá início ao processo de glaucoma, que é mais comum após os 40 anos de idade”, afirma o especialista.

O oftalmologista também explica que em outros pacientes, quando há a predisposição familiar, o cristalino começa também a perder a transparência, é quando surge a catarata. “A catarata faz com que o cristalino fique ainda mais impubescente, ele aumenta de volume”, conclui.

Tratamento

O tratamento da catarata é feito através de cirurgia de micro aspiração do cristalino, onde é injetado uma lente intraocular. O glaucoma é tratado durante este mesmo procedimento, só que pela aplicação de laser nos corpos ciliares. Essa aplicação de laser é feita através de uma processo microscópico onde o cirurgião consegue visualizar essa estrutura e aplicar o laser nos processos ciliares. Isso faz com a injeção de líquido para dentro do olho seja reduzida e as pressões intraoculares fiquem mais baixas para o resto da vida.

Fonte: via assessoria