Pernambucanos João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima compartilham sua pesquisa em torno do circo contemporâneo no dia 14 de maio, às 16h

O que pode o circo? Quais seus limites, se é que eles existem? Quantas barreiras podem ser cruzadas, promovendo o encontro de linguagens para criar trabalhos originais, por vezes inclassificáveis? Essas foram algumas das perguntas que nortearam a pesquisa da Cia Devir, formada pelos pernambucanos João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima, a partir da investigação com o aparelho Multicordas. Eles apresentam o resultado desses estudos no dia 14 de maio, às 16h, quando compartilham com o público o “Experimento  VI: Isso (não) é um número de circo”. O evento também marca a abertura do espaço da dupla, localizado no bairro da Encruzilhada, e, após a sessão, eles conversam com o público sobre o processo criativo.

Formada em 2014, a Cia Devir vem desenvolvendo um trabalho contínuo de estudos em torno do circo contemporâneo. Mais do que apenas aspectos técnicos, João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima se interessam pelas possibilidades de criação artística que o circo pode ter, inclusive em diálogo com outras linguagens, como o teatro. “Experimento VI: Isso (não) é um número de circo” foi desenvolvido dentro da linha de Inovação do Funcultura e parte justamente dessas inquietações, colocando em evidência vários elementos que constituem a identidade da dupla.

“Foram quatro meses de uma pesquisa no aparelho Multicordas, pautada não só na técnica, mas também em descobrir como queríamos estar em cena e o que queríamos falar. Queremos afirmar o circo enquanto linguagem e o circo contemporâneo como estética, não nos pautar pelo lado sobrehumano do circo. Nos interessa a espontaneidade em cena, convidar o público a pensar o circo por outros ângulos”, explica Vitor.

Foto: Thais Lima

O novo trabalho marca a primeira apresentação presencial da companhia em dois anos e tem sua base de movimentos pautada nas investigações de dois corpos em contato com o aparelho multicordas – e as possibilidades que essa “cortina” formada pelas cordas de algodão oferecem em termos técnicos e cênicos. A metalinguagem é outro elemento marcante da obra, que conta ainda com uma dramaturgia instigante a respeito do fazer artístico.

“Trabalhamos com elementos autobiográficos e nos interessa muito borrar as fronteiras entre o real e o ficcional. A metalinguagem aparece também como uma forma de apresentar à plateia muitos desses elementos do circo que podem ser desconhecidos para alguns, até desmistificando algumas concepções sobre esse universo. Este experimento quer pensar para além do virtuosismo técnico e, sim, discutir como muitas vezes as técnicas ficam a serviço da imagem e vice-versa”, completa João Lucas.

Para estreitar esse diálogo com o público, após a sessão os artistas promovem uma roda de diálogo com o público. A ocasião também marca a abertura oficial do Espaço Devir, que funcionará como espaço de apresentações e de atividades artísticas.

Todas as ações são gratuitas e o projeto de pesquisa e a apresentação contaram com incentivo do Edital Funcultura Geral – 2018.

SERVIÇO

“Experimento VI: Isso (não) é um número de circo”, da Cia Devir

Dia 14 de maio, às 16h

Espaço Devir (Rua Olga, 71, Encruzilhada – Recife, PE)

Classificação: Livre

Gratuito, sujeito à lotação do espaço

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