Festa gratuita será ao meio-dia, com palco em frente ao museu. Também haverá pré-lançamento do livro “Frevo Vivo”

Nesta sexta-feira (30), o Paço do Frevo antecipa o Réveillon e anima o Bairro do Recife com a 8ª edição do Réveillon do Paço, um momento para dar as boas-vindas ao ano de 2023 e mais uma oportunidade para celebrar os 10 anos do título do Frevo como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, concedido pela Unesco. Ao meio-dia, Spok e Orquestra Recife com convidados especiais, como Erica Natuza e Ciel Santos, abrem o novo ciclo com a festa gratuita no palco ao ar livre, na rua, em frente ao Paço e à Praça do Arsenal. 

Na ocasião, com um ato simbólico, também haverá o pré-lançamento do livro “Frevo Vivo”, um projeto do Paço com edição da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), que terá lançamento oficial em fevereiro do ano que vem. No ato de pré-lançamento, nesta sexta (30), o livro digital será disponibilizado ao público. A obra ilustrada, organizada pelo jornalista e pesquisador José Teles, traz os artigos de 11 autores convidados, reunindo diversas temáticas em torno da multiplicidade frenética do Frevo, provando que o gênero vai muito além da sazonalidade do Carnaval e da circunscrição geográfica das massas urbanas do Recife. 

Numa apresentação para todas as idades, além de Erica Natuza e Ciel Santos, Spok e Orquestra Recife receberão no palco Clara Torres, Luana Tavares, Vinícius Barros, Rafael Marques e Alexandre Rodrigues. Juntos, eles farão um show com muito Frevo num repertório que mistura a tradição com a nova geração.

Quem for ao evento, poderá conferir também a exposição de longa duração “Frevo Vivo”, lançada no último dia 20 de dezembro. A novidade renovou a ala térrea do Paço, apresentando o Frevo em constante transformação, com uma linha do tempo reformulada, além de uma cartografia sonora do Frevo e uma vídeo-instalação inédita (saiba mais aqui sobre a exposição).

“O ano de 2022 foi bastante desafiador, ainda com as restrições da pandemia e depois com as fortes chuvas, que nos obrigaram a fechar as portas em alguns dias para cuidar da casa e dos nossos. Mas, com planejamento, gestão, apoio dos parceiros e principalmente dos visitantes e da comunidade do Frevo, estamos encerrando esse ciclo com outra realidade”, comemora Luciana Félix, diretora do equipamento cultural. 

“Com um Paço que, para celebrar os 10 anos do título do Frevo como Patrimônio da Humanidade, abriu uma nova exposição de longa duração, voltou com os cursos regulares da Escola Paço do Frevo, realizou todas as programações previstas na dança, na música, na educação e no centro de documentação, além da volta do nosso querido Arrastão do Frevo, mostrando que o Frevo pode e deve ser contemplado e vivido o ano inteiro”, complementa. Atingindo o número de 100 mil visitantes em 2022, a equipe do museu espera celebrar essa e todas as outras conquistas no Réveillon do Paço.

Maestro Spok reforça o convite: “Será muito importante dar início às festividades do Carnaval 2023 com o Réveillon do Paço, aberto, na rua, depois dos momentos tão difíceis que vivemos, de restrições por causa das fases mais graves da pandemia. O Paço é a casa da nossa música, nossa história, nossa alma, é onde todos moram, onde está a magia de todo o nosso espírito e do nosso Carnaval. A apresentação do dia 30 será um grande encontro para dar as boas-vindas a 2023 com gente que trabalha, pesquisa, estuda e produz o Frevo com muito amor, com músicos, bailarinos e fazedores”.

Foto: Divulgação

LIVRO “FREVO VIVO” – No dia 30, durante o Réveillon do Paço, haverá o pré-lançamento do livro “Frevo Vivo”. Na sequência, ele estará disponível digitalmente para a sociedade. A obra reúne 11 artigos escritos por pessoas ligadas ao Frevo, com abordagens e visões diferentes sobre os diversos aspectos que envolvem o gênero, além de uma apresentação do organizador da edição, o jornalista e pesquisador José Teles, e textos de Luciana Félix e Ricardo Piquet, diretor presidente do IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão.

O livro “Frevo Vivo”, assim como a exposição de mesmo nome, mostra que o Frevo se expande e se recria tecendo novas narrativas, poéticas, estéticas e amplificando territórios de memórias e afetividades. O título traz vozes de autores e autoras que, em suas próprias vivências, confirmam que “o Frevo não convida, arrasta”. Entre os temas, estão as mulheres e o Frevo, o Frevo como uma dança urbana negra e histórias do Frevo e de terreiros no Carnaval.  

Abordando artes, música, dança, fotografia, artes plásticas, cultura e instituições, os 11 nomes que participaram do livro são: Eduardo Sarmento, Mário Ribeiro, Rebeca Gondim, Carmem Lélis, Júlio Vila Nova, Jefferson Figueirêdo, Amilcar Bezerra, Maestro Spok, Valéria Vicente, Leilane Nascimento e Nicole Costa. A seleção e curadoria de imagens é de Eric Gomes.

Segundo Teles, os artigos trazem temas diferentes, mas que convergem, que analisam, comentam ou historiam o Frevo, o passo ou as agremiações dessa manifestação popular profundamente identificada com o Recife, onde o Frevo começou a ser formatado por volta da última década do século 19. Ele lembra que, ao longo de todos esses anos, o Frevo teve momentos de glória, de altos e baixos, de ostracismo, mas nunca deixou de evoluir e se desenvolver absorvendo novos elementos. Por isso o Frevo é vivo.

“O livro ‘Frevo Vivo’ é um espelho do que o Paço do Frevo vislumbra como caminhos a serem percorridos pelo Frevo como Patrimônio Imaterial da Humanidade: uma manifestação cultural que, muito além do Carnaval, amplia seu alcance a territórios vários – o da festa, das periferias, das mulheres, das populações negras, da diversidade de corpos, das religiosidades e crenças, das suas potencialidades incontáveis. É uma honra podermos reunir tantos e diversos amantes do Frevo numa publicação com edição da Cepe e organização de José Teles”, comenta Luciana Félix, diretora do museu.

“É uma honra e uma alegria para a Cepe participar das homenagens aos 10 anos de elevação do Frevo como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. A homenagem é muito justa e atesta a força da cultura de Pernambuco no Brasil e no mundo. O Frevo é um ritmo único, que tem no Paço um dos seus mais importantes pólos de preservação. O livro contribui nesse sentido e a Cepe se sente ainda mais favorecida de ser incluída nesse grande esforço cultural”, afirma Ricardo Leitão, diretor presidente da Cepe.

PAÇO DO FREVO – O Paço do Frevo é reconhecido pelo IPHAN como centro de referência em ações, projetos, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais do Brasil, o Frevo. Patrimônio imaterial pela UNESCO e pelo IPHAN, o Frevo é um convite à celebração da vida, por meio da ativação de memórias, personalidades e linguagens artísticas, que no Paço do Frevo encontram seu lugar máximo de expressão, na manutenção de ações de difusão, pesquisa e formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do Frevo.

O Paço do Frevo é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife, por meio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife e da Secretaria Municipal de Cultura, e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG).  Por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, o papel de mantenedor do Grupo Ultra, patrocínio da Rede e da White Martins. Conta com o apoio do Grupo Globo, Pernambucanas e Chevrolet Serviços Financeiros, e o apoio cultural do Itaú Cultural e do Porto de Suape.


SERVIÇO
Réveillon do Paço
Sexta (30), ao meio-dia
Spok e Orquestra Recife com convidados
Em frente ao Paço do Frevo | Praça do Arsenal
Com pré-lançamento do livro “Frevo Vivo”
Acesso gratuito

Paço do Frevo – Praça do Arsenal da Marinha, s/n, Bairro do Recife, Recife
Horários: Terça a sexta, 10h às 17h | Sábado e domingo, 11h às 18h
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia) – entrada gratuita às terças-feiras
*Confira aqui a política de gratuidade do museu