Segundo disco da artista pernambucana passeia pela musicalidade brasileira através de composições assinadas por artistas renomados, como Alceu Valença, Sivuca e Don Tronxo 

A cantora e multi-instrumentista pernambucana Bia Villa-Chan lança, nesta quinta-feira (dia 5/12), o segundo disco da carreira, batizado de GiraSons, trocadilho apropriado para caracterizar a diversidade musical presente no álbum. A obra reúne composições assinadas por autores consagrados na seara fonográfica brasileira – de Alceu Valença a Sivuca e Glorinha Gadêlha, de Armandinho Macêdo a Jota Michiles – e transita por clássicos regionais, como Feira de Mangaio, canções com essência carnavalesca, como Pirata José e Morena Jambê, e referências religiosas, como em Rumo do Céu e do Mar. Em todas as faixas, Bia Villa-Chan imprime o virtuosismo instrumental característico da trajetória artística já popularizado nas apresentações realizadas em festivais e reconhecido em premiações.

“Vai ser uma noite muito especial, para celebrar um trabalho para o qual contei com a generosidade de grandes artistas nordestinos para imprimir a minha musicalidade nas composições. O disco reverencia a música regional e também o amor, que é nossa grande força-motriz”, comemora Bia. O público vai poder conferir as músicas do novo trabalho ao vivo em pocket show gratuito seguido de sessão de autógrafos na Livraria Jaqueira do Cais da Alfândega, no Bairro do Recife. A artista vai apresentar todas as faixas, junto com Bráulio Araújo (baixo), diretor musical do disco, Renato Bandeira (violão) e Augusto Silva (bateria). O EP estará à venda no local por R$ 20.

GiraSons contém sete faixas, entre inéditas e lançadas ao longo de 2019, com duas composições bônus: Recife Nagô (de Jota Michiles) e Amálgama (de Marco Mirti). O disco debuta com a música Pirata José, regravada por Bia Villa-Chan em parceria com o autor, Alceu Valença, e cujo clipe desembarcou na internet às vésperas da Folia de Momo. O single aborda o amor fugaz de carnaval, tema também retratado em Morena Jambê (de Don Tronxo, Edinho Queiroz e Marcondes Sávio). A veia romântica, com a sonoridade situada entre o bandolim pernambucano e a guitarra baiana, repousa ainda em Vida Boa (de Armandinho Macêdo e Fausto Nilo, elo de uma parceria da cantora com o músico baiano celebrada com show no Teatro Isba no mês passado e na participação dele em Morena Jambê.

O disco resgata a tradicional Feira de Mangaio (de Sivuca e Glorinha Gadêlha), em performance impactante de Bia Villa-Chan no manuseio do bandolim, também percebida na instrumental Duda no Frevo (de Senô). O álbum oferece, ainda, a delicadeza da idílica Aldeia (de Nosly Marinho e Celso Borges), composição com incursão afetivo-histórica pela herança portuguesa. 

O lançamento de GiraSons coroa um ano repleto de conquistas artísticas da cantora Bia Villa-Chan, considerada uma sensação da música regional apesar da curta trajetória de dois anos sobre os palcos. Premiada como Melhor Cantora de MPB no Prêmio da Música de Pernambuco em 2018, ela comandou trio elétrico no Galo da Madrugada de 2019 e recebeu em agosto o Troféu Gonzagão, honraria concedida a artistas de destaque no cena nordestina.

TRAJETÓRIA

Despontando como um dos nomes promissores do mercado nacional, a veia artística de Bia tornou-se visível ainda na mocidade, quando acompanhava o avô, o músico Heitor Villa-Chan, tocar bandolim em sua casa. Carregando na memória toda a ligação afetiva com os sons, a artista agrega em seu currículo a formação em violão clássico no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O bandolim não é o único instrumento que domina. Ela também toca guitarra, contrabaixo, bateria, clarinete, sax, piano. De fato, uma multi-instrumentista.

“Fui inserida neste universo pelo meu avô, minha maior referência. Era grande apreciador da música instrumental, ouvia e tocava músicas de alta complexidade técnica. E foi com ele que dei meus primeiros passos, tirando as notas por meio da observação das interpretações primorosas dele”, comenta Bia.

Em 2018, a artista deu um dos mais importantes passos em sua carreira, quando gravou seu primeiro EP, intitulado Pedacinho de Mim. O trabalho contava com seis faixas, sendo elas: a homônima Pedacinho de Mim, A Viagem, Amálgama, Bossa Pra Bia, Perdida; e Recife Nagô. A obra conta com a direção musical de Cesar Michiles e composições de Jota Michiles, Daniel Bruno, Marco Mirti e Antônio Siqueira Campos. O álbum está disponível para download e reprodução nas plataformas digitais Spotify e Deezer. 

“Este disco é o primeiro trabalho que, de fato, externou minha arte e quem sou, cumprindo muito bem a missão de um sonho acalentado há anos. Mostrá-lo ao público foi uma realização imensurável”, considera a cantora.

Com uma agenda repleta de shows durante o período carnavalesco de 2019, Bia Villa-Chan tornou-se um dos nomes mais falados entre os apreciadores da boa música. A maratona de apresentações começou em janeiro, quando foi convidada para participar da primeira Quinta do Galo, na sede do Galo da Madrugada, ao lado do Maestro Spok. Desde então, a cantora vem ganhando cada vez mais espaço entre os principais eventos pernambucanos.

Durante o aquecimento para a folia, Bia também participou de uma edição do projeto “Ensaios de Carnaval”, no qual dividiu o palco com o cantor André Rio e o Bloco das Ilusões. Já em fevereiro, a cantora foi convidada para ser o Talismã de um dos bailes mais consagrados da capital, o Baile dos Artistas. Na ocasião, a artista não deixou ninguém parado ao convidar a apresentadora Fátima Bernardes e o namorado da apresentadora global, o deputado federal Túlio Gadelha, para dançar e comandar a festa com ela.

Bia também foi uma das estrelas da prévia “Olinda Tropicana”, na Cidade Alta, em Olinda, onde, a convite de Alceu Valença, fez uma apresentação. Foi com ele também que a multi-instrumentista criou uma nova versão do sucesso Pirata José, que, além dos novos tons, contou com a gravação de um clipe. Como esperado, o resultado foi um sucesso e passou a ser um dos destaques do repertório de Bia Villa-Chan no Carnaval.

Próximo ao período do Momo, uma surpresa: o convite do cantor Belo Xis para abrir, ao lado dele, a maior festa popular do mundo no Marco Zero. Já no dia seguinte, em 2 de março, Bia Villa-Chan foi um dos destaques do desfile do Galo da Madrugada, no qual levou o público ao delírio ao comandar, pela primeira vez, um trio.

Ainda nesse período, Bia Villa-Chan lançou a música instrumental e com tons de frevo intitulada “Duda no Frevo” e realizou dois shows no arquipélago de Fernando de Noronha, em dois espaços de renome na ilha: no Projeto Tamar e na Pousada Zé Maria, sendo nesse último durante o tradicional festival gastronômico.

Seguindo o caminho para a abrangência do seu público, a artista levou a sua música para o Bar da Brahma, um dos maiores points de São Paulo. O sucesso e encanto dos presentes foi tanto que acabou rendendo à cantora mais uma parceria: a NIG Music, empresa paulista especializada em cordas e pedais.