Com seis episódios, “Noites de Festival” é dirigida por Renato Terra e Ricardo Calil e dedicada a Zuza Homem de Mello

Estreia no dia 14 de outubro, às 19h30, no Canal Brasil, “Noites de Festival”, série documental em seis episódios que traz trechos inéditos dos depoimentos gravados para o filme “Uma Noite em 67”. Entre os entrevistados estão Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jair Rodrigues, Zuza Homem de Mello, Nana Caymmi, Ferreira Gullar, Nelson Motta, Paulinho Machado de Carvalho, entre outros. Paulinho da Viola e Tárik de Souza deram depoimentos exclusivos para a série, que traz ainda muitas imagens raras de arquivo. Na data da estreia, todos os episódios da série também estarão disponíveis nos serviços de streaming Globoplay e Canais Globo. 

A série é dirigida por Renato Terra e Ricardo Calil, que, além de “Uma Noite em 67”, também dirigiram o filme “Narciso em Férias”, disponível no Globoplay, sobre a prisão de Caetano Veloso.

“Quando fizemos as entrevistas, pensávamos que ‘Uma Noite em 67’ poderia citar outros festivais. Essa ideia foi descartada durante a montagem. Mas, quando sentamos para entrevistar o Chico Buarque, por exemplo, falamos de ‘Sonho de um carnaval’, que ele inscreveu no Festival da Excelsior de 1965; de “A Banda”, com a qual ele ganhou o Festival da Record de 1966; de “Sabiá” (parceria com Tom Jobim), que venceu o Festival Internacional da Canção de 1968. Chico também contou uma história pouco conhecida de como criou uma situação inusitada em 1971 para denunciar a censura. Caetano falou de “É Proibido Proibir”. Jair Rodrigues deu um lindo depoimento sobre “Disparada” (Geraldo Vandré / Theo de Barros). E assim fizemos todas as entrevistas”, explica Renato Terra.

O primeiro episódio mostra o início da Era dos Festivais e o primeiro grande sucesso: “Arrastão” (Edu Lobo / Vinícius de Moraes), numa interpretação antológica de Elis Regina. “Encontramos quase toda a apresentação da Elis. Eu nunca tinha visto um trecho tão longo”, diz Renato Terra. Toda quarta-feira, às 19h30, um novo episódio vai ao ar no Canal Brasil. O segundo, que será exibido dia 21, traz o empate entre “A Banda” (Chico Buarque) e “Disparada” (Geraldo Vandré / Theo de Barros) no Festival da Record de 1966. Há ainda episódios sobre o Tropicalismo nos festivais, especialmente o histórico discurso de Caetano Veloso em “É Proibido Proibir”; o embate entre “Sabiá” (Chico Buarque / Tom Jobim) e “Pra não dizer que não falei das flores” (Geraldo Vandré) no Festival Internacional da Canção de 1968; e sobre os demais festivais até 1972 com o sucesso de “Fio Maravilha” (Jorge Benjor) cantado por Maria Alcina para um Maracanãzinho lotado.

“O filme e a série bebem diretamente na fonte do livro ‘A Era dos Festivais – Uma Parábola’, do Zuza Homem de Mello. O primeiro depoimento da série é dele. Pela influência direta que o Zuza teve no nosso trabalho e por reconhecer sua importância para a música brasileira, gostaríamos de dedicar ‘Noites de Festival’ a ele”, completa Ricardo Calil.

Noites de Festival (2020) (6 x 26’)
INÉDITO e EXCLUSIVO
Direção: Renato Terra, Ricardo Calil
Classificação: Livre
Estreia: quarta, dia 14/10, às 19h30
Horário: quarta, às 19h30.
Alternativos: sexta, às 15h30; e segunda, às 12h30
Todos os episódios também estarão disponíveis nos serviços de streaming Globoplay e Canais Globo, a partir de 14/10

RESUMO DOS EPISÓDIOS

[Dia 14/10] Episódio 1 – A origem: “Arrastão” e “Saveiros”
Chico Buarque, Caetano Veloso, Zuza Homem de Mello e Ferreira Gullar lembram a efervescência política e cultural que culminou nos festivais. O 1ª Festival da Excelsior, com a vitória de Elis Regina cantando “Arrastão” (Edu Lobo / Vinícius de Moraes) e a apresentação atribulada de “Sonho de um Carnaval” (Chico Buarque). A inauguração das vaias no 1º Festival Internacional da Canção, vencido por Nana Caymmi cantando “Saveiros” (Dori Caymmi / Nelson Motta).

[Dia 21/10] Episódio 2: – A disputa: “A Banda” e “Disparada” 
Chico Buarque e Jair Rodrigues narram os bastidores da disputa que tomou conta do país: “A Banda” ou “Disparada”? Torcedores que estavam na plateia trazem suas memórias. Chico revela, pela primeira vez, como pediu o empate. Jair Rodrigues, num depoimento emocionante, conta que “Disparada” foi a música da sua vida.

[Dia 28/10] Episódio 3 – A revolução musical: “É Proibido Proibir”
Caetano Veloso e Gilberto Gil descrevem a revolução provocada a partir de “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque”, cantadas em 1967. O tropicalismo desagradou a esquerda e a direita. Caetano apresentou “É Proibido Proibir” no Festival Internacional da Canção de 1968. Vaiado, ficou furioso e fez um célebre discurso: “Mas é isso que é a juventude que quer tomar o poder? São a mesma juventude que vai sempre matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem! Vocês não estão entendendo nada, nada, nada, absolutamente nada!”

[Dia 4/11] Episódio 4 – A revolução política: “Pra não dizer que não falei das flores”
Final do Festival Internacional da Canção de 1968. O Brasil vivia um dos anos mais agitados da ditadura militar. Passeatas, protestos, tomavam as ruas. Geraldo Vandré sobe sozinho no palco com seu violão e canta: “Há soldados armados / Armados ou não / Quase todos perdidos / De armas na mão / Nos quartéis lhe ensinam / Uma antiga lição / De morrer pela Pátria / E viver sem razão / Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer”. A canção de Vandré, “Pra não dizer que não falei das flores”, caiu no gosto do público, mas não venceu o festival – para revolta de parte do público.

[Dia 11/11] Episódio 5 – O princípio do fim: “Sabiá”
Chico Buarque lembra das histórias envolvendo a famosa final do Festival Internacional da Canção de 1968. Vaiado com a vitória na fase nacional, Tom Jobim envia um telegrama pedindo para Chico voltar às pressas da Itália. Além das imagens da apresentação de “Sabiá”, o episódio traz ainda uma saborosa entrevista de Nelson Motta com Tom e Chico no calor do Maracanãzinho.

[Dia 18/11] Episódio 6 – O fim da era: de “Sinal Fechado” a “Fio Maravilha”
Paulinho da Viola lembra que queria fazer “algo diferente” quando inscreveu “Sinal Fechado” no quinto e úlitmo Festival da Record, em 1969. Este episódio final da série dedica especial atenção aos Festivais Internacionais da Canção de 1969 até 1972. E resgata imagens a cores de “Cantiga por Luciana” (Edmundo Souto / Paulinho Tapajós), com Evinha; “BR-3” (Antonio Adolfo / Tibério Gaspar), com uma apresentação incrível de Toni Tornado, e “Fio Maravilha” (Jorge Benjor), quando Maria Alcina embalou o Maracanãzinho

SINOPSE
Coproduzida pela Inquietude, Videofilmes e Canal Brasil, “Noites de Festival” conta a história da chamada “Era dos Festivais”, entre 1965 e 1972, a partir do material captado para o documentário “Uma Noite em 67” (direção de Renato Terra e Ricardo Calil – VideoFilmes – 2010). Os seis episódios vão trazer imagens de arquivo e entrevistas inéditas com Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Jair Rodrigues, Ferreira Gullar, Nelson Motta e Zuza Homem de Mello, entre outros, sobre um dos momentos mais ricos da história da música brasileira.

FICHA TÉCNICA

Roteiro e Direção
Renato Terra e Ricardo Calil

Produção Executiva
Carolina Benevides
Marianna Brennand

Montagem
Jordana Berg, Edt.

Edição de som e Mixagem
Denilson Campos

Fotografia
Jacques Cheuiche, A. B. C.

Som Direto
Valéria Ferro

Videografismos
Eduardo Souza – Pavê

Design de Logomarca
Sergio Liuzzi

Inspirado no livro “A Era dos Festivais – Uma Parábola”, de Zuza Homem de Mello.

Renato Terra:
Codiretor, com Ricardo Calil, de ‘Uma Noite em 67’ (2010), ‘Eu sou Carlos Imperial’ (2016) e “Narciso em Férias” (2020). Este último foi selecionado para o Festival de Veneza. Também dirigiu “Fla x Flu – 40 Minutos Antes do Nada” (2013), que ganhou o prêmio do público no Festival do Rio. Coautor do livro “Uma Noite em 67” (Ed. Planeta) e autor do “Diário da Dilma” (Companhia das Letras); É roteirista do programa “Conversa com Bial” e colunista da Folha de S. Paulo.

Ricardo Calil:
Diretor do documentário “Cine Marrocos” (2018), vencedor do É Tudo Verdade 2019 e premiado em Guadalajara (México) e DokLeipzig (Alemanha). Codirigiu a série “Em Nome de Deus” (2020), sobre o médium João de Deus, para a Globoplay. É codiretor, com Renato Terra, dos documentários “Uma Noite em 67” (2010), “Eu Sou Carlos Imperial” (2016) e “Narciso em Férias” (2020); coautor do livro “Uma Noite em 67” (Ed. Planeta); roteirista do programa “Conversa com Bial”; foi crítico de cinema da Folha de S. Paulo e do site NoMínimo.

Inquietude:
Criada em 2005 a INQUIETUDE tem como foco é a produção de séries para TV e documentários e filmes ficcionais de longas, médias e curtas-metragens. Reconhecida pela relevância cultural e pela qualidade técnica e artística dos seus projetos, a Inquietude já recebeu mais de trinta prêmios. Em quinze anos de atuação produziu três longas-metragens, uma série documental e dois livros. Atualmente produz os projetos “Eu que plantei”, “Manas” (coprodução com Globo Filmes), “As capas dessa história” (Coprodução com Canal Curta!) e “Alucinação” (coprodução com Canal Brasil e Globo Filmes). “Noites de Festival” é seu lançamento mais recente.